segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Dirigível Santos=Dumont Numero 9 – A mais elegante maquina voadora



Dirigível N.º 9 “La Balladeuse”

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Sem duvida nenhuma o dirigível de numero 9, também chamado de “La Balladeuse”  (a carruagem) foi o invento de vôo individual mais elegante.

Santos=Dumont conduzia seus experimentos com muito estilo, tendências dandy, neo vitorianas, steam-punks, etc., faziam dele um artista-cientista.

A seguir coloco algumas publicações francesas e americanas de seus feitos quando pilotava seu dirigível Numero 9 pelas ruas de paris.

- New York Herald 24 de junho de 1903

(Vocês perceberão que no texto a localização do hangar de Santos=Dumont fica em St. James, quando na verdade, sua verdadeira localização era em St Cloude. Coloquei a matéria em sua integra, e sugiro que os erros sejam ignorados).
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“M. Santos-Dumont vai em seu número 9 para breakfast na Champs-Elysees.

Faz viagem de manhã cedo partindo do hangar em Neuilly até à sua residência.


Uma EXPERIÊNCIA SATISFATÓRIA

Construiu plataforma de chegada em sua varanda para uso em ocasiões futuras

M. Santos-Dumont ontem fez uma viagem logo cedo aparecendo no Santos-Dumont No.9 a partir da nacela de seu balão em St. James e de lá para a sua residência, no n º 114 da Avenida Chaps-Elysees, onde tomou café da manhã com alguns amigos e depois voltou para o "ponto de partida".

Ele afirmou que estava desejoso já há alguns dias de fazer tal viagem sobre a cidade, porem não estava seguro de assumir o risco de passar com o pequeno balão dirigível por cima das casas com tão pequena quantidade de um lastro a bordo.


No seu n º 9 no entanto, ele poderia transportar uma maior quantidade de lastro, desta forma, ele decidiu fazer a viagem em naquele balão.

O tempo na segunda-feira havia melhorado muito estava com toda a aparência de que poderia ser perfeito, então M. Santos-Dumont deu ordens a seus trabalhadores para manterem-se em prontidão para a manhã de ontem, pois partiriam aproximadamente as sete ou as oito horas.

A noite de segunda-feira tornou-se muito bela e como a condição o compelia, M. Santos-Dumont não conseguiu mais dormir. Não, ele decidiu se levantar ainda mais cedo do que pretendia.

Eram três horas quando ele se levantou, rumou imediatamente para o galpão do balão, chegando lá exatamente.às quatro horas.

O vento estava soprando na direção contrária ao que ele desejava viajar e não havia luz o suficiente, ele achou que isso não impediria de forma alguma o programa do N º 9.

Seus trabalhadores estavam todos dormindo quando ele chegou no galpão, pois eles não o esperavam até pelo menos três horas mais tarde M. Santos-Dumont acordou-os, e eles começaram a trabalhar imediatamente na preparação, que foi terminada por volta das seis horas .

Tudo pronto .

Os automóveis nos quais os trabalhadores estavam por seguir o balão, já estavam a postos, e tudo estava pronto para o início .

M. Santos-Dumont subiu na barquinha, e o n º 9 navegou pelo o ar, o vento, muito fraco, e até mostrava sinal de maior abrandamento.

Havia uma névoa fina no ar, que foi considerada um sinal de bom augúrio, o tempo continuaria estável.

Antes de mais nada, manobrou o balão em todas as direções para testar os aparatos de direcionamento e, em seguida segui em curva para a Avenida du Bois du Boulogne. M. Santos-Dumont diz nunca ter visto essa avenida tão deserta. Nenhuma pessoa estava à vista e não havia outro veículo além dos dois automóveis de seus trabalhadores.

A tentação de continuar a viagem foi muito grande, e M. Santos-Dumont decidiu realizá-la. Chegou sem dificuldade ao Arc de Triomphe, seu guide-rope arrastava-se ao longo da estrada, logo que não havia perigo de impedir o tráfego, em tal condição.

Ao redor do Arco.

Ele conduziu seu balão em volta do grande arco monumental, contornando bem rente, para testar sua o mecanismo do leme, e logo em seguida começou sua jornada ao longo da avenida du Champs Elysées, a mesma solidão prevalecia nas ruas como na avenue du Bois, mesmo sendo já quase sete horas. 

Clique na imágem acima para ver os controles de direcionamento do Dirigível Santos=Dumont No 9


Quando se aproximou de sua residência as ruas começaram a apresentar uma aparência mais viva . Operários estavam seguindo para começar seu dia de trabalho, entregadores de jornais iam de casa em casa, e os aguadeiros da cidade começavam a molhar as avenidas.

Ao chegar na porta oposta da sua casa, reconheceu alguns amigos, os quais saudou. Em seguida, o balão começou a descer e, finalmente, alinhou-se exatamente à porta de entrada. Os trabalhadores que o seguiam seguraram seu guide-rope.

Sua plataforma de desembarque.

M. Santos-Dumont explicou, mais tarde, que ele não teria mais a necessidade dos serviços de seus trabalhadores para auxiliá-lo no desembarque em sua residência, uma vez que ele já havia construído uma plataforma de desembarque em conexão com sua varanda, só seria necessário chamar um ajudante. Ele não fez isso ontem de manhã porque não lhes tinha dado aviso prévio de sua intenção.

Motor do n º 9 Clement BAyard de 2 cilindoros e 3 cavalos, vendido por Santos=Dumont ao Sr Boyce, em exposição no Smithsonian 

Esta plataforma de desembarque é um dispositivo excelente, construída de acordo com M. Santos-Dumont a partir dos planos fornecidos em um livro que descreve o futuro da aeronáutica, escrito por um autor Inglês . Neste volume um sistema completo de balonismo é descrito, e traz todos os detalhes sobre a maneira correta de como aterrissar em casas quando seremos capazes de manobrar um balão.


Clique na imágem acima para ver como Santos=Dumont fazia subir e descer o Santos=Dumont No 9

No início da viagem de regresso, o vento, aumentou consideravelmente em força, o balão foi então conduzido ao longo da avenida por meio do guide-rope. M. Santos-Dumont não quis a principio adotar esta precaução, mas cedeu aos conselhos de seus assistentes que o alertavam para o perigo.

Uma vez no Bois, no entanto, o guide-rope foi solto, e M. Santos-Dumont continuou sua viagem, contando com os aparatos de direcionamento, e em tempo hábil, após uma experiência bem sucedida, ele chegou ao seu hangar em-St. James.

M. Santos-Dumont está tão satisfeito com sua experiência que ele pretende em breve fazer mais testes do mesmo tipo.”


14 Juliet e o N.9 

Voo noturno do dirigível numero 9 de Santos=Dumont - a iluminação vinha de um holofote produzido nas oficinas de seu amigo Louis Bleriot
23 de julho de 1903 - Santos=Dumont subiu com um enorme e potente farol fabricado nas oficinas de seu amigo Louis Bleriot, e com o farolete instalado na proa de seu numero nove realizou o primeiro vôo noturno de um dirigível.

“Eu acabar de sentar-me no terraço de um café na Avenue du Bois de Boulogne, e estava saboreando uma laranjada gelada. De repente, fui sobressaltado ao ver uma aeronave descer bem à minha frente. A corda-guia se enrolou pelos pés da minha cadeira. O aparelho parou logo acima dos meus joelhos, e Santos-Dumont desembarcou. Verdadeiras multidões avançaram e aclamaram entusiasticamente o grande aviador brasileiro; elas admiram a coragem e o espírito esportivo.


Santos=Dumont pediu-me gentilmente desculpas por me haver assustado; após o que, ele pediu um ‘apéritif’, sorveu-o tranqüilamente, subiu de volta à aeronave, e foi-se, deslizando pelo espaço. Sinto-me feliz por ter contemplado o homem-pássaro com os meus próprios olhos.

No dia seguinte, eu fui até o Bois de Boulogne. Justamente quando meu carro ia transpor a Porte Dauphine, o homem-pássaro pousou no pavimento. Os policiais avançaram às pressas, fazendo parar todos os transeuntes a pé, a cavalo e em todos os tipos de veículos. Os cavalos trotadores relincharam, os motores roncaram nos automóveis que iam sendo bruscamente freados, sacolejando seus ocupantes. As babás que levavam crianças para um passeio ao ar livre mostraram-se nervosas. Que se passava? Seria algum conflito? Não. Era Santos-Dumont em outro dos seus passeios aéreos.

É noite. Eu vou caminhando sob as árvores. Subitamente tropeço numa corda. Esta não se parece absolutamente com a trança de Rapunzel. Ouço o barulho de folhas amarfanhadas acima de mim, e uma voz zangada grita:

Voo noturno de Santos=Dumont pelas ruas de Paris

‘Não consigo ver nada! Vou quebrar a cabeça!’ Levanto assustado o nariz, e vejo um monstro escuro cujo olho brilha com acitileno. Não é uma coruja gigantesca; é o tal veículo encantado de Santos-Dumont!

Já é madrugada, e eu estou voltando para casa. A ceia prolongou-se demais, e nós tivemos a idéia pouco sensata de experimentar novas bebidas de origem americana. Minhas pernas parecem ser de gelatina e minha cabeça não está lá muito certa. O Champs-Elysèes está deserto, no lusco-fusco da madrugada.De repente alguém me grita qualquer coisa. Trata-se, evidentemente de uma ilusão, pois não há ninguém por ali àquela hora. Mas não! Preciso acreditar em meus ouvidos! É realmente para mim que uma voz misteriosa grita: ‘Mova-se para a direita! Minha corda-guia vai atingi-lo’. É ele outra vez! Sempre ele! Ele, acima de todos! Desce mansamente na sua sacada, e seus criados trazem-lhe o café da manhã.”

Que Fim Levou o N9?


Santos=Dumont jamais deixaria seu melhor dirigível forsse para em mãos que não confiasse, e de fato o homem que comporu a La Baladeuse Nº9 e o Santos=Dumont Nº 8, foi um grande homem, bem como o primeiro homem a pilotar um dirigível na América, um verdadeiro amigo aemrciano, Edward C Boyce.

Edward C Boyce era era um arquiteto talentoso, (saiba mais sobre Edward C Boyce e seus feitos) magnata do setor de parque de diversões e coproprietário da Dreamland em Coney Island, bem como da White City em Chicago.

É importante dizer aqui que talvez o dirigível do Número 8, comprado por Boyce, seja o Numero 6 modificado, assim como o Nº 6 veio de modificações no Nº 5 após o acidente de 8 de agosto. Os critérios para a numeração dos dirigíveis de Dumont nunca foram claros.


Boyce foi sem dúvida uma figura multifacetada no início do século 20, que se dedicou à emergente aviação da época, tornando-se um dos pioneiros idealizadores do Aero Club of America.

É ai que vem a parte intrigante – não se tem a sua data de nascimento, óbito pouco se sabe sobre suas contribuições para o Aeroclube, nem mesmo uma boa foto dele.

Foto do escritório de Boyce 302, Broadway, NY - Catálogo de Parques 1904

Uma das afirmações mais intrigantes sobre ele é que ele teria sido o primeiro homem a pilotar um dirigível na América, conforme relatado no artigo do THE EVENING TIMES de 1º de outubro de 1902.

Matéria no THE EVENING TIMES de 1º de outubro de 1902.

“A disputa era entre o dirigível Santos=Dumont Nº 8 (alguns dumontologistas acreditam que possa ter sido o Nº 6), o grande dirigível que esteve em Brighton Beach durante todo o verão, e o Pegasus, dirigível do aviador rival, que estava em um estábulo em Manhattan”.

Tanto Dumont quanto Boyce, por motivos ligados a egos inflamados e distorcidas narrativas históricas, nunca tiveram o reconhecimento de weus enormes feitos.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Galanteador Santos=Dumont ao lado de Aida de Acosta e Adeline Assis Brasil

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Por mais que pesquise acabo sempre me deparando com a limitação das informações sobre a vida de Santos=Dumont, principalmente no que se refere a algumas personalidades femininas que passaram pela vida do Aviador. A Primeira delas é Aida de Acosta. Aida de Acosta era uma jovem americana filha de Ricardo de Acosta empresário de origem cubana que atuava no ramo da construção de navios a vapor e de Micaela Hernandez de Alba y de Alba da aristocrática família espanhola de Toledo da Casa de Alba. Foi a Paris com um grupo de amigos para aproveitar as férias da Universidade.  
Fato é que, ela se tornou a musa do hangar, toda vez que chegava os funcionários do hangar, bem como aqueles que lá se reuniam a fim de ver os vôos a anunciavam: “La belle de Neuilly est arrivée” Dentre as tantas pessoas que imploravam para voar em seu dirigível, Santos=Dumont optou por dar a chance a Aida de Acosta.
O que levou Santos=Dumont a optar por ela foi seu desprendimento e seu impetuoso desejo por aventura. Era fácil identificar em Aida que tinha o espírito de aventura conciliada a seriedade necessária para levar a cabo tal empreitada.
Santos marcou com ela as instruções de vôo no dia seguinte, Aida antecipou sua chagada a Neuilly em meia hora para suas primeiras lições. Após as instruções teóricas, que nos tomou parte da manhã saíram para instruções praticas.
Uma observação importante é que o cesto de vime da Balladeuse não tem espaço suficiente para duas pessoas, por diversas vezes S=D voava pelo lado de fora, no entanto, algumas vezes tinha que adentrar ao cesto (junto com ela) para ter a agilidade necessária de manuseio da aeronave. Na manhã do dia 29 de julho de 1903 Aída chegou bem cedo ao hangar, voou sozinha ate o campo de Pólo de Longchamps, depois disso voltou ao hangar. Santos=Dumont a acompanhou todo esse desenvolvimento de sua bicicleta. Ela foi de fato a primeira mulher a pilotar uma aeronave movida a motor. Santos teve um breve envolvimento com ela mas foi abruptamente interrompido. O Sr. Ricardo, pai de Aida, bastante perturbado com o relacionamento disse: “Como teve coragem Sr. Dumont de expor minha filha a tamanho risco? Coragem de expor minha filha aos maldosos comentários da imprensa? Saiba que ela mal saiu da puberdade. Não aprovo seu relacionamento. Digo ainda Senhor Dumont, que só existem duas razoes para que uma mulher honrada apareça nas paginas dos jornais; ou para anuncio de seu casamento ou para seu obituário”.
Outra bela mulher que apareceu na vida de Santos=Dumont foi Adeline Assis Brasil. Existem algumas fotos dentre os pertences de Dumont da bela Adeline.
No castelo das pedras, pertencente a Lydia Assis Brasil existe uma foto pitoresca na qual Assis Brasil brinca de acertar uma Macã na cabeça de Santos=Dumont tal qual Guilherme Tell.
Uma coisa que pouca gente sabe é que dentre os feitos de Santos=Dumont consta um grande presente ao povo brasileiro – A foz do Iguaçu. A história do Parque Nacional do Iguaçu começa no ano de 1916, quando Alberto Santos Dumont, o pai da aviação, em visita a família Assis Brasil ficou tão impressionado com a beleza das cataratas que com o seu prestígio intercedeu junto ao Presidente do Estado do Paraná, Affonso Alves de Camargo, para que fosse desapropriada e tornada patrimônio público. A área pertencia ao uruguaio Jesus Val. No dia 28 de julho, através do decreto nº 63, a Foz do rio Iguaçu com 1008 hectares foi declarada área de utilidade pública.