sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Especulações sobre o funcionamento e Proposta do SD No 18 Hydroglisseur

 


Com o Número 18 Santos=Dumont alem de apimorar a Demoiselle, participou dos esforços para tornar realidade os luxuosos barcos de alta velocidade, bem como inventou e um revolucionario sistema hidráulico.


Fato é que Santos=Dumont não se limitou apenas a melhorar a Demoiselle; ele transcendentalmente inovou no entanto, o verdadeiro marco revolucionário foi alcançado por meio de um disruptivo sistema hidráulico, que não só desafiou as convenções da época, mas também pavimentou o caminho para um capítulo inédito na evolução da aviação e dos meios aquáticos - e tudo começou com uma aposta.

A Aposta Audaciosa

“Infatigável pesquisador de imaginação fecunda, o senhor Santos=Dumont parece mais um amador de proezas que de sucessos duráveis. 


Após ter contornado a Torre Eiffel com o seu primeiro balão dirigível. De executar sábias e preciosas manobras em Trouville com outro balão, agora ele lançou-se de corpo na aviação... Depois, sem abandonar um ou outro modo de locomoção aérea, eis que sonha em vencer o elemento liquido com o seu hidroplano...Durante um jantar, doravante histórico, entre esportistas da mais alta linhagem, os convivas acharam agradável assumir mutuamente desafios muito sérios e encorajadores. Em 24 de julho de 1906, o senhor Charron, talvez um pouco vitima do não menos histórico “calor comunicativo” do banquete que oferecia aos amigos, comprometeu-se da seguinte maneira:

1 – O senhor F. Charron apostou 10.000 francos contra 2.000 do senhor Bleriot que não seria possível fazer 100 km/h sobre a água com um aparelho qualquer antes de 1º de abril de 1908. Esta velocidade deverá ser atingida sobre um percurso de somente 1 km, mas nos dois sentidos, sendo a média dos dois experimentos que deverá ser considerada. Árbitro: o cavalheiro René de Knyff.

2 – O senhor F. Charron apostou 50.000 francos contra 5.000 de Santos=Dumont que este ultimo não poderia fazer 100km/h sobre a água antes de 1º de abril de 1908. Modo de cronometrágem como precedente.

3 – O senhor F. Charron e o Marques de Dion apostaram 5.000 francos contra os senhores Archdeacon e Santos=Dumont que eles não verão antes de 1º de fevereiro de 1908 um aeroplano voar a distancia de 500m sem tocar a terra”.

René Doncières – “Les nouveaux Santos=Dumont”, La Nature, n. 1796 26 de outubro de 1906, p. 344

Santos=Dumont pilotando seu Número 18 - Hydro Glisseur. Seu sitema de direção hidráulica antecipu em mais de 10 anos a invenção de Francis Devis

O Santos=Dumont Nº18 Hydro glisseur não foi apenas um experimento isolado; foi um marco crucial que forneceu informações fundamentais para o desenvolvimento subsequente da Demoiselle e, por extensão, dos aviões modernos. Concebido para estudar as interações entre asas e água, o Nº18 inaugurou um capítulo significativo na história da aviação.

Infelizmente, Dumont não ganhou a aposta.

Especulações sobre Funcionamento e Pilotagem

A análise do Nº18 levanta especulações fascinantes sobre seu funcionamento e pilotagem, dada a posição distante de Santos=Dumont em relação ao motor, surgem questões intrigantes sobre os controles e sistemas a bordo. 

Nesta foto, o compressor parece estar na popa, protegido por uma cobertura (possivelmente de madeira)

A sugestão de controles hidráulicos para as barbatanas submersas é uma abordagem inovadora, proporcionando um meio eficiente de controlar a elevação da embarcação na água. 

Dispositivo Misterioso

Nessa foto vemos os dois volumes cobertos com lona, o motor Antoniette de 100hp e o objeto misterioso logo abaixo do motor

Santos=Dumont fez diferentes experimentos com o Hydroglisseur e ao observar as fotos e vídeos feitos na época, percebe-se um dispositivo misterioso, que muitas vezes fica coberto com uma lona, ou envolucro de madeira; algumas vezes embaixo do motor Antoniette de 16 cilindros e 100hp, que volta e meia também aparece coberto com uma lona de faixas laterias, outras vezes o tal dispositivo aparece na popa, logo atrás do selim de Dumont - o que será aquilo?

O dispositivo misterioso parece ser um compressor de ar com torres de saída, válvulas, cabos (e talvez um regulador centrífugo), provavelmente trata-se de um sistema hidráulico no qual pistões e atuadores movimentam e seguram as barbatanas em posição de mergulho e elevação, de forma que Dumont possa conduzir os experimentos de flutuabilidade.

No vídeo dá para se ver que é uma especie de compressor de ar, que não parece ser utilizado para inflar as bananas flutuadoras, posto que estas são estruturadas, e nem para circular a água no radiador uma vez que observa-se um governador centrifugo, peça caracteristica das máquinas a vapor, com duas esferas que ficam girando em gentil harmonia, normalmente usado para equilibrar força em saída de gazes.

O dispositivo misterioso deve ser uma sistema hidráulico, com uma bomba impulsionando gases para um cilindro que transmite pressão para êmbolos e atuadores, consistente com a função avançada para um controle de altitude na superfície da água. 

Nesta foto do Le Pèlerin 1605 de 6 de outubro de 1907, vemos bem o que parecem ser pistões de ar qu funcionam como atuadores na barbatana de popa

A manipulação das aletas (barbatanas) para ajustar a posição de subida ou descida, conforme o controle de Dumont, integra complexos componentes hidráulicos, revelando grande grau de sofisticação do projeto, talvez tenha sido um dos primeiros hidroplanadores que se elevam na água com hidrofólios para conseguir maires velocidades.

Ao ver os pistões e cilindros pode-se extraplar o funcionamento do sistema de controle das barbatanas no Número 18 de Santos=Dumont, baseado em um engenhoso sistema hidráulico (pelas fotos pode bem ser um sistema de ‘cabo Bowden’, um mecanismo que utiliza um filamento de arame fino que se move no interior de um invólucro exterior flexível, tal qual o freio de bicicletas). 

Más vamos continuar com o sistema hidráulico, no qual um cilindro contendo fluido mantido sob pressão é central para o funcionamento, válvulas estrategicamente posicionadas desempenham um papel crucial ao regular o fluxo do fluido hidráulico. Quando Dumont deseja ajustar a posição das barbatanas, ele opera essas válvulas de maneira precisa, abrindo e fechando conforme necessário. 

Ao ver os pistões e cilindros pose-se extraplar o funcionamento do sistema de controle das barbatanas no Número 18 de Santos=Dumont, baseado em um engenhoso sistema hidráulico. Neste sistema, um cilindro contendo fluido mantido sob pressão é central para o funcionamento, válvulas estrategicamente posicionadas desempenham um papel crucial ao regular o fluxo do fluido hidráulico. 

No diagrama acima vemos como de seu assento Dumont poderia ter controlado os ailerons submersos, a fim de compreender e dominar as forças hidrodinâmicas, que são semelhantes à aerodinâmica:

1- Posição de Mergulho

Para posicionar a barbatana em posição de mergulho, Dumont habilmente manipulava as válvulas, abrindo e fechando de forma precisa de forma a controlar o fluxo do fluido hidráulico pelos cabos até os pistões antagonistas, gerando uma pressão direcionada. Isso resultava em uma movimentação coordenada das barbatanas para a posição desejada de mergulho.

2- Posição de Ascensão

Quando Dumont decidia elevar a posição da barbatana, invertia a posição das válvulas, de forma a direcionar o fluido hidráulico de maneira oposta pelos cabos até os pistões. Essa ação reversa cria uma pressão que impulsiona os pistões de maneira a levantar as barbatanas, permitindo que a aeronave retorne à superfície ou atinja uma posição ascendente desejada. 

Más afinal qual barbatana se movimentava? Barbatana dianteira ou trazeira

A proposta de utilizar um êmbolo para gerar pressão e controlar os hidrofólios (barbatanas) frontais é engenhosa, a integração de um sistema hidráulico impulsionaria um émbolo, que por sua vez levantaria a barbatana dianteira.

Assumindo um sistema de elevação da embarcação para movimentar a aleta frontal, os tubos simplificados pintados em vermelho demonstram as linhas de pressão controladas por Dumont para levantar e manter em posição as aletas dianteiras.

A observação das fotos é crucial para uma compreensão mais precisa. as barbatanas traseiras parecem apresentar um atuador de inclinação, isso sugere que essas seriam as partes móveis, influenciadas pelo sistema hidráulico proposto. Portanto, o movimento poderia estar centrado nas barbatanas traseiras, permitindo o ajuste da inclinação da embarcação na água por meio do émbolo impulsionado pelo sistema hidráulico. 

Diferente da foto acima, aqui vemos um sistema de elevação da embarcação para movimentar a barbatana traseira, os tubos simplificados pintados em vermelho movimentam a barbatana traseira no sentido de mergulho, forçando a popa a abaixar e a proa a subir.

Os Maravilhosos Motores Antoniette

A relação peso x potencia desses motores foi o que proporcionou o primeiro voo do mais pesado que o ar em 1906 (veja matéria).

Em maio de 1906, Gastambide e Levavasseur fundaram a empresa Antoinette (nome da linda filha de Gastanbide) em Puteaux, localizada na 28, rue des Bas-Rogers, para a produção em série dos motores V8 e V16. Louis Blériot, em busca de um motor, contribuiu com fundos e foi nomeado vice-presidente da empresa.

A bela Antoniette Gastanbide, filha de um dos sócios, deu nome a esta fábrica de motores que tanto fez pela história da navegação aérea e aquática. Nos anúncios da empresa, o destaque é a excelente relação potência/peso desse motor, que pode ser carregado nos ombros sem muita dificuldade, o que possibilitou o primeiro voo mais pesado que o ar por Santos =Dumont.

Em apenas dois meses, na pequena fábrica de Puteaux, foi desenvolvido um V8 de 50 cv a 900 rpm. Desta vez, o motor funcionou corretamente, e vários exemplares foram construídos (cerca de uma dúzia). Santos=Dumont o utilizou com sucesso em seu primeiro voo em Bagatelle, em outubro e novembro de 1906, no número 17 e 18. 

Praticamente todos os aviadores franceses adotaram esse motor  impulsionados pelos sucessos de Dumont, o motor era surpreendetemente leve em relação a potencia que desempenhava - num anúncio da época, um homem aparece levando um bloco de motor de 16 cilindros nas costas, sem grande esforço.

Levavasseur lançou um novo V8 de 24 cv, pesando apenas 36 kg, e um V16 de 100 cv, pesando 150 kg. 

Controles do S=D  18

Estrapolar como Dumont pilotava seu hydroglisseur implica em assumir que o sistema hidraulico descrito acima foi de fato utilizado. uma vez que as assunçoes acima estejam corretas.

Santos=Dumont, ao pilotar seu Hydroglisseur Nº18, demonstrava maestria ao utilizar o complexo sistema hidráulico para controlar a elevação, direção e inclinação da embarcação na água, o piloto, posicionado à popa, dominava o volante semelhante aos automóveis da época, como os da Renault de 1907.

Iniciando a experiência aquática, Dumont acionava o motor por meio de um botão localizado à frente do volante. A manobra de engrenagem da hélice era habilmente realizada através de uma alavanca posicionada à sua esquerda. O aviador (agora capitão de embarcação) não apenas navegava sobre as águas, mas elevava-se a um novo patamar de controle ao explorar o sistema hidráulico.

Para dirigir a embarcação para a direita ou esquerda, Dumont ajustava a altitude na superfície da água, utilizando o volante conectado a um sistema que acionava embolos. Este sistema, análogo às asas de um avião, movimentava as barbatanas de bombordo e estibordo. Ao desejar virar para a direita, o piloto ajustava a barbatana da esquerda para elevação e a da direita para mergulho, proporcionando um controle refinado sobre a trajetória do Hydroglisseur, (possivelmente esse controle não foi tão eficiente, pois em algumas fotos Dumont aparece movimentando um leme de cauda).).

Assim, Santos=Dumont navegava não apenas sobre as águas, mas moldava seu percurso com precisão, explorando as nuances do sistema hidráulico inovador que ele mesmo introduzira.


É importante dizer que o teste dos aerofolios foi feito quando o Nº18 foi puxado por uma lancha a alta velocidade.

Hidroplanadores e Hidrofólios

Nem é preciso dizer que Dumont não teve apenas 20 invenções, porque, considerando todas as soluções e conquistas concebidas, o número de criações facilmente ultrapassa o número de 300.

Acima a esquerda, desenho da primeira patente britânica concedida em 1869 a Emmanuel Denis Farcot, de seu hidroplanador com barbatanas laterais, a esquerda o teste do hidroplanador Fenaille no Rio Sena, no fim dos anos 1920, com hélice aérea 5m x 2,25 m. E abaixo o  moderno w-Foil que atinge veloidade constante de 40 nós, com incrivel consumo de combustível na faixa dos 7 a 10 galões de combustível por hora, podem manter o casco exclusivo de madeira de abeto cortados a laser acima do nivel da superfície. Aempresa planeja organizar corridas clássicas com as doze unidades que estão em produção.

Tanto o hidroplanador quanto o hidrofólio ja haviam sido patentiados na época de Dumont, no entanto ele fez or primeiros testes reais sobre as ideias existentes. A primeira evidência de um hidrofólio num navio aparece numa patente britânica concedida em 1869 a Emmanuel Denis Farcot, um parisiense, que “ao adaptar às laterais e ao fundo da embarcação uma série de planos inclinados ou peças em forma de cunha, que à medida que a embarcação avança terá o efeito de levantá-la na água e reduzir o arrasto”. 

O inventor italiano Enrico Forlanini começou a trabalhar em hidrofólios em 1898 e usou um sistema de aletas em "escada". Forlanini obteve patentes na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos para suas ideias e projetos.

Com o Numero 18, por exemplo,  Dumont concebeu e testou dezenas de dispositivos e soluções, o hydroglisseur é sem dúvida um bom sustentador deste argumento, foi um verdadeiro pacote de invenções como o sistema hidráulico para movimentação e estabilidade das barbatanas, o hidrofólio como forma de evitar o arrasto da água e atingir maiores velocidades, o controle de direção com pistões hidráulicos, entre muitas outras soluções que infelizmente se perderam no tempo.

Após as contribuições de Dumont, outros pioneiros também incorporaram hidrofólios em suas embarcações, desempenhando um papel crucial na evolução desse meio de transporte.

Auguste Tellier fundo o 'Les Chantiers Tellier"em 1870 um estaleiro de barcos de luxo, de alta velocidade em la Rapée, París. 

Desde o pioneirismo de Les Chantiers Tellier até as criações contemporâneas, como os modernos barcos de corrida a hidrofólios, hovercrafts que deslisam sobre um colchão de ar  com hélices trazeiras, os airboats que passam pelos razos encharcados dos Everglades, a tecnologia evoluiu consideravelmente. 

A aplicação atual dos hidrofólios vai desde o transporte de passageiros até barcos de competição, destacando a versatilidade e eficiência dessa tecnologia ao longo dos anos.

Mas Afinal, Quem Bateu o Record de 100 km/h Sobre a Água?

A iniciativa de Santos=Dumont ao tentar bater o recorde de 100 km/h no rio Sena com o Hydroglisseur Nº18 estava notoriamente a frente de seu tempo, mesmo considerando sua genialidade e o incrível motor Antoinette de 100cv, o mais avançado e leve naquele período. 

Don Aronow não só bateu o record de 100 k/h em 1967, como também criou a marca Magunum, ícone lendário no mercado de lanchas de luxo que atingem altas velocidades

A verdadeira realização do desafio de alcançar 100 km/h sobre a água só ocorreu em 1967, quando Don Aronow pilotou seu Maltese Magnum de 27 pés, com dois motores de popa MerCruisers de 255 HP, na Miami-Nassau Power Boat Race, que obteve a incrível velocidade de 58,4 nós (aproximadamente 108,15 km/h) com ondas de 2 a 3 metros de altura, conquistando assim o record.

É fascinante observar o sorriso raro de Santos=Dumont capturado ao lado de Edna Powers na foto do No 18. Este momento diz muito sobre a alegria singular que Dumont encontrou em sua invenção, que é meu invento favorito, um testemunho marcante de suas paixões.

Don Aronow era uma figura extraordinária, um mestre construtor de barcos por trás de marcas lendárias como Magnum, Cigarette e Donzi. O filme "Speed Kills" ao lado de John Travolta, destaca suas conquistas no mundo das lanchas de alta velocidade, embora romanceie alguns eventos para criar drama como a trágica morte de Aronow, que é apresentada no filme com exageros e alterações para aumentar o apelo.

Passava grande parte do seu tempo livre na marina onde tinha o seu barco de madeira de 40 pés com vela. Ele foi atraído pela agitação do dia: a Miami-Nassau Power Boat Race, uma corrida oceânica de 184 milhas náuticas realizada pela primeira vez em 1957, que vinha crescendo em popularidade e publicidade. Ricos aventureiros de todo o mundo viram aqui a sua oportunidade de provar a sua capacidade técnica e coragem (tal como na época de S=D).


O Número 18 é sem dúvida a minha invenção favorita de Santos=Dumont, em grande parte porque transmite a sensação dos incríveis barcos de luxo super-rápidos, bem como o seu design arrojado e único, que provavelmente inspirou George Lucas para conceber o Naboo N-1, pilotado por Anakin Skywalker no quarto filme da franquia, Star Wars Episódio I “Phantom Menace”.

Será ?

O hidroplanador Santos=Dumont Nº18 permanece como um símbolo do engenho e ousadia de seu criador, inspirando não apenas a aviação, mas também contribuindo para a evolução dos hidroplanadores e embarcações anfíbias. À medida que exploramos as origens e especulações em torno do Nº18, ganhamos uma apreciação mais profunda das inovações que moldaram o curso da história aeronáutica e naval.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Dimitri Sensaud de Lavaud o primeiro a voar no Brasil

Planta do primeiro avião construído no Brasil por Dimitri Sensaud de Lavaud, que decolou na Avenida Autonomistas em 1910 e o Museu de Osasco em 1980, com o 'São Paulo' na garagem.

No ano de 1980 eu morava com minha família no Parque Continental, próximo a Osasco, São Paulo. Foi nesse período que vivi um momento que moldaria o meu fascínio pela aviação.


Uma reforma em nossa casa e toda a poeira no ar me causou problemas respiratórios e como parte do tratamento minha mãe me levava regularmente a uma clínica na Avenida Autonomistas para fazer radiografias - no caminho tinha algo que sempre me chamava a atenção.

Avenida Um (hoje Antonio de Souza Noschese, no Parque Continental, onde morou Luiz Pagano nos anos 1970/80

Quando o carro saia da Av. João Batista em direção à Avenida Autonomistas, havia um avião muito antigo, estacionado na garagem de uma linda casa, era uma aeronave experimental antiga que parecia ter saído de um livro de Júlio Verne.

Naqueles momentos minha imaginação voava alto, achava que tinha diante dos olhos o primeiro avião de Alberto Santos=Dumont, até que meu pai me esclareceu, dizendo que não era o 14º Bis, e que só restava dele era a cesta (fiquei indignado).

Aquela era a antiga residência de Dimitri Sensaud de Lavaud, recém transformada no Museu de Osasco, Lavaud foi o primeiro homem a voar no Brasil – sim, o primeiro voo da America Latina aconteceu bem ali, na Avenida Autonomistas, bem ao lado da minha casa. A emoção que senti ao descobrir isso se tornou a semente do meu amor pela aviação - o primeiro voo da america Latina tinha acontecido a 70 anos atrás, a alguns metros de casa.

Museu de Osasco com o avião estacionado na garagem em 1980. Antônio Agú construiuo chalé por encomenda de Giovanni Brícola na Avenida dos Autonomistas, 4001, que também foi residência do Barão Evaristhe Sensaud de Lavaud, e de seu filho, Dimitri Sensaud de Lavaud (homenageado com o nome do museu), engenheiro naturalizado brasileiro, que fez o pouco conhecido Primeiro Voo da América Latina, pilotando o avião SÃO PAULO, em 7 de janeiro de 1910.

Durante anos quis visitar o Museu de Osasco para conhecer mais sobre a história daquele avião e, finalmente, meu desejo se tornou realidade, meu pai me levou ao museu, e aquela visita foi um marco na minha vida, ficava fascinado por exposições que contavam a história da aviação, de Santos=Dumont a pioneiros locais como Dimitri Sensaud de Lavaud.

A história da aviação no Brasil é repleta de acontecimentos notáveis. Embora Santos=Dumont tenha feito história voando na França, foi irônico que um francês, Lavaud, tenha se tornado uma figura-chave na história da aviação brasileira. Em 7 de janeiro de 1910, construiu o primeiro avião inteiramente projetado em solo brasileiro, batizado de "São Paulo", que fez seu voo histórico em Osasco, diante de um grupo de curiosos e jornalistas, capítulo crucial na rica história da cidade. . . e da aviação no Brasil.

Luiz Pagano em 1980 no Parque Continental, próximo a Osasco

Quem foi Dimitri 

Dimitri Sensaud de Lavaud nasceu em Valladolid, Espanha em 18 de setembro de 1882, veio morar em Osasco em 1898 trazido pelo pai, o barão Evariste Sensaud de Lavaud e, pela mãe, a russa Alexandrina de Bogdanoff. Casou-se em 1903, com a brasileira descendente de franceses, Bertha Rachoud e desta união tiveram três filhos: Georgeth, Robert e Gabrielle.

No dia 7 de janeiro de 1910, Dimitri pilotou o aeroplano "SÃO PAULO", que ele mesmo projetou e construiu. Chegou a uma altura de 3 a 4 metros do chão, percorrendo cerca de 105 metros em 6 segundos e 18 décimos, partindo do terreno onde intercessão da Av. dos Autonomistas com Avenida João Batista, sobrevoou a Avenida dos Autonomistas, em Osasco, na Grande São Paulo, por mais de seis segundos, fazendo uma aterrisagem abrupta na sequência. 

Segundo o jornal O Correio Paulistano, ele deslizou por 70 metros antes de levantar voo e logo pousou de forma bem abrupta. O aviador, sem ferimentos, foi aplaudido pelos presentes que compareceram na ocasião.

7 de janeiro de 1910, Dimitri e curiosos verificam o “SÃO PAULO” após pouso abrupto na Avenida dos Autonomistas, em Osasco.

Na ocasião, seu feito foi divulgado amplamente pela imprensa, tornando-o conhecido. Mas, com o passar dos anos, a história foi ficando esquecida, e hoje, tal como aconteceu com Santos dumont e os Wright, muitos creditam a realização do primeiro voo latino-americano ao piloto mexicano Alberto Braniff (1884–1966).

Dimitri também voou em São Paulo com um outro aeroplano, um Blériot comprado de Giulio Piccolo, aviador italiano que se acidentou e morreu em São Paulo, em 1910. O voo de Dimitri com esse aeroplano, ocorreu na área onde futuramente seria construído o Estádio Palestra Itália, hoje conhecido como Parque Antártica, no dia 19 de fevereiro de 1911.

7 de janeiro de 1910, Dimitri a bordo do “SÃO PAULO” pouco antes da decolágem na Avenida dos Autonomistas, em Osasco.

Além de aviador, Dimitri foi um inventor prolífico e um personagem importante do Século XX. Com mais de mil patentes registradas, ele revolucionou a indústria mundial de tubos metálicos e trouxe inovações a outras indústrias, como a automobilística e a própria indústria da aviação.

A efeméride cosntuma ser lembrada em Osasco, onde por vezes acontece um hasteamento de bandeiras em homenagem aos feitos do aviador. No evento de 2020 estiveram presentes no local a bisneta de Dimitri, Fabiana Martine, e o neto de Lourenço Pellegatti, Caio Pellegatti, que foi um dos grandes amigos e mecânico de Dimitri. O aviador morava em Osasco.

Mais de 100 Patentes e Invenções 

Após naturalizar-se brasileiro (1916), muda-se para o Canadá e, passa a residir definitivamente na França a partir da década de 1920. Em 1925 é condecorado como Cavaleiro da Legião de Honra pela Academia de Ciências de Paris em reconhecimento pelo valor suas pesquisas.

Sensaud de Lavaud teve mais de 100 patentes registradas, entre elas o "Turbine"

Dimitri Sensaud de Lavaud foi um inventor apaixonado e engenheiro que desempenhou um papel notável na indústria automobilística, suas inovações incluíram a criação de um processo revolucionário de fundição centrífuga, que aprimorou significativamente a produção de tubos de cerâmica. Além disso, Dimitri projetou um carro próprio com uma transmissão automática contínua, uma conquista tecnológica extraordinária para a época.

Nos anos 1930, Dimitri estabeleceu uma parceria e amizade com André Citroën, o renomado fabricante de automóveis. Juntos, eles colaboraram em testes da transmissão automática hidráulica desenvolvida por Dimitri, conhecida como "Turbine", instalando-a em veículos Citroën. A notável característica da "Turbine" era sua suavidade de funcionamento, tornando o progresso e a aceleração do carro extremamente suaves, além de eliminar as vibrações transmitidas pelos suportes de motor de borracha.

Em 1932, Dimitri Sensaud de Lavaud exibiu seu carro inovador e a transmissão "Turbine" na Feira de Paris. Sua tecnologia avançada atraiu a atenção do público e dos entusiastas automobilísticos, embora a transmissão "Turbine" tivesse muitas vantagens, como a suavidade de condução, ela também enfrentava desafios, como uma aceleração mais lenta, maior consumo de combustível em comparação com caixas de câmbio manuais e problemas de superaquecimento do óleo da transmissão em inclinações prolongadas.

Dimitri Sensaud de Lavaud se destacou como um inventor apaixonado e sua contribuição para a indústria automobilística deixou uma marca importante em sua história de inovação e tecnologia.

Preso injustamente durante a Segunda Guerra Mundial, Dimitri foi acusado de colaborar com o regime de Adolf Hitler. Foi solto em 8 de junho de 1945, após 8 meses de prisão graças a um esforço da diplomacia brasileira. Mesmo após ser inocentado, nunca recuperou a alegria de viver, morreu deprimido e empobrecido, aos 64 anos de idade. Seu corpo está enterrado no cemitério de Neuilly-sur-Seine, próximo de Paris.

Não há informações disponíveis que indiquem um encontro direto entre Dimitri Sensaud de Lavaud e Alberto Santos-Dumont, o famoso pioneiro da aviação brasileiro. Ambos eram figuras notáveis em suas respectivas áreas de interesse, com Santos-Dumont sendo conhecido por suas contribuições para a aviação e Dimitri Sensaud de Lavaud por seu trabalho na indústria automobilística e inovações tecnológicas. Embora suas atividades tenham ocorrido na mesma época e ambos fossem inventores prolíficos, não parece haver registro de uma interação significativa entre os dois.

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Minha empolgação em visitar o Museu de Osasco e conhecer essa história única foi um momento memorável. Esta paixão levou-me a continuar a explorar o mundo da aviação e eventualmente a ser voluntário no Museu da Aronáutica, na Oca do ibirapuera em 1984, ao lado de Ada Rogato.  Lá, tive a honra de contribuir para a preservação da história da aviação, ajudando a limpar aviões, uma experiência que se tornou uma experiência parte valiosa, da minha jornada pessoal.

O avião de Lavaud, visto na beira da Av. Autonomistas, se tornou um ícone na minha vida, um lembrete constante de que os sonhos podem decolar em qualquer lugar, inclusive no nosso próprio quintal.

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Timeline de Santos=Dumont e das Conquistas Aéreas

 

A melhor forma de redigir a biografia de uma pessoa é montar uma linha do tempo e tentar combinar diversos fatos pessoais associados à outras datas e acontecimentos mundiais e históricos em uma única referência. 

Assim sendo, siga a linha do tempo elaborada pelo blog e nossos parceiros:

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1873 ~ 1889

20 de Julho de 1873 – Nascimento em Palmira, MG;

A mãe de Santos Dumont, Dona Francisca de Paula Santos. (Ouro Preto, 01 de outubro de 1835 — Porto,  21 de julho de 1902) era filha de um comendador, portanto, também vinha de uma família de posses. Henrique Dumont (Diamantina, 20 de julho de 1832 — Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1892) se formou em engenharia civil na França e quando voltou desenvolveu uma série de atividades através das quais conseguiu recursos para comprar a gleba em Ribeirão Preto.

Henrique trabalhou como engenheiro de obras públicas em Ouro Preto, organizou um centro madeireiro em Sabará para suprir o estaqueamento e escoramento da mina de Ouro Velho, construiu a ponte e a nevegacao do rio da velhas e por isso, foi inclusive bastante contestado, se tornou sócio do sogro em uma fazenda de café em Valença, no Rio de Janeiro e foi contratado para construir o trecho da ferrovia onde nasceu S=D

 Do casamento de Francisca com Henrique, nasceram oito filhos, dos quais Alberto Santos Dumont foi o sexto e o terceiro do sexo masculino".

O casal teve ao todo oito descendentes, três homens e cinco mulheres: Henrique Santos Dumont, Maria Rosalina Santos Dumont, Virgínia Santos Dumont, Luiz Santos Dumont, Gabriela Santos Dumont, Alberto Santos Dumont, Sophia Santos Dumont e Francisca Santos Dumont;

Em 1873, a família se mudou para a pequena cidade de Cabangu, no município de João Aires, para que seu pai, o engenheiro Henrique Dumont, participasse da construção da estrada de ferro D. Pedro II. A obra terminou quando Alberto tinha 6 anos, e de lá a família foi para São Paulo.

20 de Fevereiro de 1877  S=D foi batizado na Paróquia de Santa Tereza, na cidade de Valença, distrito de Rio das Flores, no Estado do Rio de Janeiro - foram padrinhos o seu tio materno José Augusto de Paula Santos e Dna. Maria Eugênia Pinto Coelho da Rocha;

1879 - Henrique Dumont herda do sogro aproximadamente 80 escravos e 300 contos em dinheiro. Os Dumont venderam a fazenda do casal em Valença, Rio de Janeiro, e se estabeleceram no Sítio do Cascavel, em Ribeirão Preto, onde compraram a Fazenda Arindeúva, na região de Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo. Lá, no primeiro ano,  plantou 500.000 pés café;

1880 ~ 1882 – durante a infância S=D brincava de ‘Homem Voa’. Na adolescência passou a conduzir as locomotivas da intrincada linha férrea da fazenda, com mais de 60km de trilhos, que levava para Ribeirão Preto e de RB para Santos;

Até os 10 anos S=D foi alfabetizado pela irmã mais velha, Virgínia. Tinha preferência pela leitura das obras do escritor francês Júlio Verne, com tremendo impacto em sua vida, pois foi a partir de personagens como Robur, Phileas Fogg e Capitão Nemo que ele se inspirou a ter uma vida maravilhosa (conforme relatado neste blog);

1883 ~1885 - Realiza seus primeiros estudos no Colégio Culto à Ciência, em Campinas, São Paulo até 1885;

1886 ~1887 - Depois estudou no Colégio Kopke em São Paulo, Colégio Morton, no Colégio Menezes Vieira no Rio de Janeiro, e posteriormente na Escola de Engenharia de Minas, sem ter terminado os cursos;

1888 - Vê, pela primeira vez, um balão cativo na capital de São Paulo. em uma exposição de equipamentos aeronáuticos construídos na França;

1890

1890 – Em 9 de Outubro de 1890, no parque de um castelo perto de Paris, Clément Ader (49 anos) elevou-se acima do solo a bordo de uma máquina com motor e hélice. Chamada Éole, esta máquina em forma de morcego permite ao inventor francês dar um salto de 50 metros... Algumas dezenas de centímetros de altura – Nessa época S=D tinha 17 anos;

Foto de Henrique Dumont ainda jovem; abaixo a Fazenda Dumont com seus moradores na sacada; acima a direita foto de 18 de julho de 1888, Henrique Dumont tendo à sua esquerda seu filho Henrique e à sua direita o Dr. Guilherme de Andradae Villares; na frente, quatro filhas de henrique Dumont (irmãs de Alberto Santos=Dumont)

1891

No começo de 1891 Henrique Dumont caiu da charrete, quebrou o braço e bateu com a cabeça no chão. A queda causou um pequeno derrame cerebral, que resultou em uma hemiplegia, fazendo com que um dos lados do corpo de Henrique Dumont ficasse paralisado;

6 de Abril de 1891 – S=D e alguns de seus irmãos e seus pais embarcaram para Paris, a bordo do navio Elbe, onde o pai pretende fazer tratamentos de sua hemiplegia nas termas de Lamalou-les-Bains;

1891 – Acha no ‘ANNUAIRE DU COMMERCE DIDOT – BOTTIN’ baloeiros que oferecem voos de balão a consumidores pagantes. Qualquer um poderia fazer uma ascensão com eles pagando três mil francos e mais estragos causados em terra – S=D resolve não fazer o voo e empregar parte de sua fortuna na compra de uma Peugeot routière, de três e meio cavalos de potencia , nas oficinas de Valentigney;

Certa vez o aviador estava rodeado de tanta gente na Place de l’Ópera, centro da cidade, que a policia precisou interceder e instruí-lo a seguir adiante. Sem ter como atender aos insistentes apitos do gendarme. Santos=Dumont acabou sendo multado por ele – o que pode ter sido a primeira infração de transito da historia. Sim, sou eu, Alberto – Cohen, Marlene – 2006;

Novembro de 1891- Visita com o pai, em Paris o Palais de l'Industrie et des Beaux-arts (Palácio da Indústria e das Belas Artes), chamado popularmente de Palais de l'Industrie (Palácio da Indústria), foi um palácio de exposições construído para a Exposição Universal de 1855 nos Champs-Élysées, obra do arquiteto Victor Viel e do engenheiro Alexis Barrault. Lá vê um motor a petróleo e concebe a propulsão ideal para os dirigíveis;

Novembro de 1891 - Pelo vapor Portugal, regressa com a família ao Brasil e vai residir na casa da rua Helvetia, em São Paulo;

Ainda em 1891 Henrique Dumont vende suas fazendas por 12 mil contos de réis à Companhia Melhoramentos de Papeis e Celulose (Conto de réis foi uma expressão adotada no Brasil e em Portugal para indicar um milhão de réis (Rs 1:000$000). 

"Conto" deriva do latim computus, a conta dez vezes cem mil.[7] Um conto de réis correspondia a mil vezes a importância de um mil-réis (Rs 1$000), sendo assim o real 1/1.000.000 de um conto de réis em representação matemática decimal atual);

Naquela época a fazenda de Henrique Dumont tinha aproximadamente 32 mil hectares com cerca de 5,5 milhões de pés de café e 96 km de extensão de linhas férreas;

1892

12 de fevereiro de 1892 - devido a seu acidente,Henrique Dumont emancipa S=D no 3.º Tabelião de Notas da cidade de São Paulo, aconselhando-o a focar nos estudos da mecânica, química e eletricidade, sem se fazer "Doutor". É nesse ano também que lhe entrega uma fortuna em títulos;

Maio de 1892 - S=D larga o curso da Escola de Engenharia de Minas de Ouro Preto e volta à França onde ingressou no automobilismo e ciclismo, ele pretende estudar em Paris.;

Henrique Dumont, chegando a Portugal, sente-se pior de saúde e volta ao Brasil;

S=D começou os seus estudos em Paris com o Professor Garcia, os quais se prolongaram até 1896;

20 de Agosto de 1892 - O pai falece no Rio de Janeiro;

Setembro de 1892 - S=D fixa residência em Paris, na Rua d'Edimbourg nº 26;

20 de Novembro de 1892 - Parte da Europa para o Brasil, no vapor "Orénoque";

06 de Dezembro de 1892 - Chegou ao Rio de Janeiro;

Janeiro de 1893 - Regressa a Paris e promove, no velódromo de Parc des Princes uma corrida de mototriciculos;

1894

1894 viaja para os Estados Unidos, visitando Nova Iorque, Chicago e Boston. 

Vai para Londres e nesse mesmo ano ele chegou a estudar na Merchant Venturers’ Technical College, não chegando a graduar-se;

 Agenor Barbosa descreveu o Santos=Dumont deste período como sendo um “Aluno pouco aplicado, ou melhor, nada estudioso para as ‘teorias’, mas de admirável talento prático e mecânico e, desde aí, revelando-se, em tudo, de gênio inventivo”;

1894 - Freqüenta como aluno-ouvinte a Universidade de Bristol, na Inglaterra;

1895 ~ 1897

Muda-se da casa de seus pais na Rue D'Edimbourg nº26 para um apartamento na Rue washington nº 92 ( informação não confirmada ⚠️ - hoje, com as mudanças das ruas de Paris, a rue Washington vai só até o nº 49, não há registros de que pudesse chegar ao 90. Outros endereços citados em suas cartas são, os números 114 e 150 da Avenue de Champs-Elysées; nº 58 da Avenue du Bois de Boulogne; hoje Avenue Foch; Rue d’Edimbourg, nº 26 e já quase no fim da vida, em abril de 1930, contou ao sobrinho Henrique numa breve carta que estava morando no apartamento 5 da Rue Villaret de Joyeuse);

1896 - Em 6 de Maio de 1896, o Aeródromo nº 5 de Langley fez o primeiro vôo bem-sucedido de uma nave não pilotada, movida a motor e mais pesada que o ar, de tamanho substancial. Foi lançado de uma catapulta acionada por mola montada no topo de uma casa flutuante no rio Potomac perto de Quantico, Virgínia;

05 de Outubro de 1897 - Queda de Andrée, a expedição de balão ao Ártico foi um esforço fracassado da Suécia para chegar ao Pólo Norte, o acidente se deu por conta do frio intenso que alterou o volume do gás dentro do invólucro e comprometeu a flutuabilidade, levando a dificuldades de controle e navegação, resultando no desastre da expedição;

1896 - S=D descobre, numa livraria no Rio, o livro de Lachambre e Machuron: Andrée au Pôle Nord en Ballon, ainda esse ano realiza mais estudos na Inglaterra, na Universidade de Bristol;

1897 - Depois de uma visita ao Brasil, regressou a Paris. No mesmo ano compra um automóvel "Panhard", com o qual foi de Paris a Nice em 54 horas de viagem, e um triciclo com o qual acompanhou uma parte da corrida de automóveis entre Paris e Amsterdam;

1898

23 de março de 1898 - S=D  realiza sua primeira ascensão num balão da firma Lachambre & Macuhron pelo custo de 400 francos, descrevendo que: “Eu nunca me esquecerei do genuíno prazer de minha primeira ascensão em balão”, saiu do Parque de Aerostação de Vaugirard em Paris e desceu nos terrenos do Chateau de La Ferrière, propriedade de Alphonse de Rotschild;. 

Nesse ano, antes mesmo de ser conhecido como balonista, ele passou a ser citado pela mídia devido ao seu envolvimento no automobilismo;

Nesse mesmo ano, S=D pendura seu triciclo em uma árvore para realizar testes de torque e estabilidade em um motor suspenso no ar;

30 de Maio de 1898 - Faz a ascensão aerostática noturna na qual o balão de Santos=Dumont foi envolvido por uma tespestade; partida de Pérone e descida próximo a Narnur, na Bélgica;

Junho de 1898 - Faz sua quinta ascensão em balão livre e a primeira em que ele levou passageiros: o Barão de Beville e Mademoiselle De Forest; o balão, de 1.000 metros cúbicos, partiu do Parque de Aerostação de Vaugirard em Paris e, quatro horas depois, desceu em Vincennes;

O Balão Brasil e o L'Amerique

4 de junho de 1898 - S=D encomenda dois balões para uso pessoal da Lachambre & Marchuron, o pequeno balão Brasil, com 113m3 de hidrogênio e o L'Amerique com 500m3 - com eles faz diversas ascenções;

12 de junho de 1898 - S=D fica em 4º lugar no percurso e 1º no tempo na Copa Aeronautas;

18 de Setembro de 1898 - faz sua primeira experiência com o S=D. Nº 1, que foi inflado no Jardim da Aclimação de Paris - Foi a primeira vez que um motor a explosão interna foi adaptado a um veículo aéreo e funcionou no ar;

20 de setembro de 1898 - Faz sua segunda experiência com o balão dirigível S=D Nº 1, partindo do Jardim da Aclimação e indo até o Bois de Boulogne onde foi obrigado a descer no Campo de Bagatelle devido ao mau funcionamento da bomba de ar do balonete;

25 de Outubro de 1898 - Realiza uma ascensão em balão livre, a ascensão, que durou horas, iniciou-se em Paris e terminou em Vicarnes, próximo a Chantilly ("La France" - Bordeaux - 26 OUT, - Fundação do Aeroclube de França);

1899

30 de Janeiro de 1899 - Foi para Nice, vindo de Paris, tendo se hospedado no "Cosmopolitan Hotel";

31 de Janeiro de 1899 - Se inscreveu mais uma vez na "Taça dos Aeronautas" para uma competição de balões livres;

15 de Março de 1899 - Notícia sobre a inscrição de Santos=Dumont numa corrida de automóveis a ser realizada, no dia 21 de março, com o percurso Nice - Castellanes – Nice;

22 de Março de 1899. - Inicio da construção do balão dirigível S=D Nº 4;

24 de Março de 1899 - Na corrida de automóveis Nice - La Turbie, Dumont pegou o 3.º lugar;

15 de Abril de 1899. - Realização no Automóvel Clube de Paris do "almoço das apostas", no qual Santos Dumont apostou que, antes de 31 de maio de 1899, desceria com o seu balão dirigível no terraço do Automóvel Clube;

11 de Maio de 1899 - Acidente com o S=D. Nº 2 que se dobra ao meio no momento da elevação, chocando-se contra as árvores;

12 de Junho de 1899 - Foi realizada a competição  "Taça dos Aeronautas", para balões livres, na qual Santos=Dumont tirou o 4.º lugar,permanecendo 22 horas no ar. pilotando o balão América" de 1.800 metros cúbicos; o balão de Santos=Dumont desceu a 325 quilômetros do ponto de partida ("Jardim des Tuileries"), enquanto que o vencedor, o Conde de La Vaulx, desceu a 390 quilômetros;

25 de Junho de 1899 - Ascensão no balão livre "Aero Club", partindo do "Jardim des Tuileries", em Paris, onde se realizava uma exposição de automóveis;

29 de Junho de 1899 - Realizou uma ascensão com o balão livre "Brasil". de sua propriedade, tendo partido do "Jardin des Tuileries", onde se realizava uma exposição de automóveis, e tendo descido em Sevran ; nessa ascensão Santos=Dumont levou apenas 7 quilogramas de lastro;

06 de Julho de 1899 - Ascensão com o balão livre "Aero Club", tendo descido em Melun;

12 de Julho de 1899 - Ascensão com o balão L'Amerique;

18 e 20 de Setembro de 1899 - S=D experimentou quedas com o seu Nº1

20 de Outubro de 1899 - Creation do "Aero Club de France ", primeira instituicao aeronautica do mundo. Criada por: Hanry de La Vaulx, Henri de La Valette, Albert de Dion, Leon Serpollet, Ernest Archdeacon, Henry Deutsch de la Meurthe e Albert de Dion, pouco despues tambem Alberto Santos Dumont;

13 de Novembro de 1899 - voo do S=D. Nº 3 no Parque de Aerostação de Vaugirard, contornando a torre Eiffel pela primeira vez, descendo no Parc des Princes;

20 de Novembro de 1899 - Ascensão com o balão dingível N.º 3, descida em Ivry;

1900

Março de 1900 - A Comissão Científica do Aeroclube da França institui o Prêmio Deutsch, oferecido por Henri Deutsch de la Meurthe, empresário ligado ao refino do petróleo e grande incentivador da aviação.

29 de Março de 1900  - Ascensão no balão livre "Centauro", partindo de Nice e descendo, no meio de uma violenta tempestade, em Vallouns: o balão foi submetido a um desastroso "arrastamento' ao chegar no solo, tendo o invólucro do Balão se dilacerado de encontro às árvores.

Junho de 1900  - Finaliza a construção de seu hangar em Saint- Cloud, no parque de aerostação do Aeroclube da Franca.

1º de agosto de 1900. Recebe Emmanuel Aimé e Samuel Langley para o primeiro ensaio com o nº 4. Neste dirigível S=D testou uma série de inovações; substituiu o cesto de vime por um selim de bicicleta, fez um trem de pouso com rodas e foi a primeira vez que substituiu o lastro de areia por latro líquido;

19 de Setembro de 1900  - Experiência com o balão dirigível n.º 4 modificado (motor Bouchet de 4cil em vez de 2cl, e 520m3 de hidrogênio em vez de 420m3) em Saint Cloud, tendo se quebrado o leme de direção; essa experiência foi feita na presença dos membros do "Congresso Internacional de Aeronáutica".

16 de Dezembro de 1900 - S=D foi para Nice, para recuperar de uma pneumonia adquirida com as experiências do balão dirigível n.º 4, pois com a hélice à frente recebia todo o vento. Foi então que ele decidiu colocar hélices na traseira de seus dirigíveis.

- A Comissão Científica do Aeroclube concede-lhe o Prêmio de Encorajamento, de 4 mil francos. Com o dinheiro do prêmio, instituiu o Prêmio Santos=Dumont, como incentivo aos pesquisadores da aerostação de dirigíveis;

1901

24 de março de 1901 - Foi criado o Prêmio Deutsch, no valor de 100.000 francos, estabelecido pelo Aeroclube de France com o patrocínio do empresário petrolífero Henri Deutsch de La Meurte, para confirmar se era realmente possível que um dirigível pudesse decolar de Saint Cloud, circundar a Torre Eiffel e retornar ao ponto de partida em 30 minutos, Santos=Dumont prontamente inicia suas tentativas;

1 de julho de 1901 - Um encontro crucial para a exploração aeronáutica foi realizado, trazendo à cena diversos entusiastas e pioneiros do voo. Entre os presentes estavam nomes notáveis como Emmanuel Aimé, Alberto Santos-Dumont, Georges Besançon, e muitos outros. A reunião ficou marcada por um teste de destaque que foi conduzido com o balão "Fatum" (saiba mais).

12 de julho de 1901 – O recem criado dirigível S=D Nº 5 circunda a Torre Eiffel, com tempo superior a 30 minutos, na primeira tentativa de ganhar o Prêmio Deutsch;

13 de julho de 1901 – Em mais uma tentativa, ao contornar a Torre Eiffel, uma violenta rajada de vento o joga contra as árvores do Parque Rothschild;


8 de agosto de 1901 - Em mais outra tentativa de vencer o desafio do Prêmio Deutsch, o dirigível Nº 5 perde gás e tem seu invólucro razsgado e estourado, no telhado do prédio do Hotel Trocadero. A barquinha pende na fachada e S=D é (milagrosamente) retirado, ileso, pelos bombeiros;

Fotografia de Nadar com os prédios do Passy, ontem e hoje - destaque para os edifícios do hotel Trocadero onde S=D se acidentou com o S=D Nº 5

6 de setembro de 1901 - Em tempo record S=D constrou o seu novo dirigível, o S=D Nº 6 e faz seu primeiro teste;

O PRIMEIRO VOO CONTROLADO DO MAIS LEVE QUE O AR

19 de outubro de 1901 - Com o S=D Nº 5 destruído, ele constrói e voa o S=D Nº 6, ganha o Prêmio Deutschde la Meurthe, saindo de Saint-Cloud, contornando a Torre Eiffel e retornando ao ponto de partida aos 29 minutos e 30 segundos. Ele faz a prova perante a Comissão do Aeroclube da França;


Porêm, diferenças na interpretação dos regulamentos fazem com que a Comissão Julgadora do Aeroclube de France seja lenta em admitir a vitória de S=D. Através de protestos da população parisiense, em novembro o S=D recebe o prêmio de cem mil francos, que, como forma de protesto, é dividido ao meio para seus mecânicos, a outra metade para pagar os resgates dos profissionais que, devido por falta de dinheiro, penhoraram suas ferramentas, assim como aos pobres de Paris;

21 de dezembro de 1901 - O jornal Republic de Saint Louis noticiou que Santos=Dumont iria se casar com Edna Power.e o jornal "Le Spectateur" publicou que Santos=Dumont estava de casamento marcado com Edna Powers, filha do milionário americano James Powers;


1902

29 de Janeiro de 1902 - primeira ascenção no Mediterrâneo. Santos=Dumont parte para Monte Carlo, onde passa uma temporada a convite do príncipe Alberto I, que mandou construir um aeródromo e hangar para suas ascensões com o Dirigível "S=D Nº 6";

14 de Fevereiro - Acidente com o Dirigível "S=D Nº 6", que submergiu nas águas da baía de Mônaco;

Março de 1902 - O Dirigivel de  Nº 6 foi resgatado e enviado para a exposição do Crystal Palace de Londres e por lá ficou até 1919 (pelo menos a quilha e o invólucro);

10 de Abril de 1902 - S=D desen=mbarca em Nova Iorque;

19 de Abril o S=D Nº 8 (uma cópia exata do S=D Nº 6 que ficou em Londres) é vendido ao Sr Boyce (saiba mais) 

Abril de 1902 - Ns viagem de S=D aos Estados Unidos, onde visita os laboratórios do inventor Thomas Edison, em Nova York, e é recebido na Casa Branca, em Washington, pelo Presidente Theodore Roosevelt;

Maio de 1902 - Em Londres, o invólucro de seu Dirigível "S=D Nº 6" é rasgado, possivelmente por sabotagem no "Crystal Palace";

4 de Maio de 1902 - Augusto Severo realizou a primeira experiência com o balão dirigível “Pax”, preso ao chão por cordas;

12 de Maio de 1902 - Severo decolou com seu Dirigível Paxde Vaugirard indo para o campo de manobras de Issy-les-Moulineaux, para seu primeiro voo sobre Paris, juntamente com o mecânico francês, Georges Sacchet. O aeróstato de involocro rígido não restiru a expansão de gases e explodiu no ar, caindo sobre a Avenue Maine.

20 de setembro de 1902 —Stanley Spencer, o aeronauta inglês concorrente de realizou  um vôo sobre Londres. Estima-se que seu navio viajou quase trinta milhas, partindo de Crystal Palace às 4h15 da tarde e descendo três horas depois perto de Harrow;

Edward C Boyce e o Primeiro voo Dirigível na América

1 de outubro de 1902 - A matéria do THE EVENING TIMES, de 1º de outubro de 1902, narrra uma inusitada disputa era entre o dirigível Santos=Dumont Nº 8 (chamado na mídia de Nº 6, pois tinha sido vendido ao Sr. Boyce), que esteve em Brighton Beach e o dirigível Pegasus, de Leo Stevens que estava em um hangar em Manhattan;

Partindo antes de Leo Stevens, Edward C Boyce, conhecido por ter comprado La Baladeuse Nº9 e o Santos=Dumont Nº 8, foi o primeiro homem a pilotar um dirigível na América. Ele também era um arquiteto talentoso, magnata do setor de parque de diversões e coproprietário da Dreamland em Coney Island, bem como da White City em Chicago;

O voo foi uma surpresa; Boyce começou com o agora seu dirigível S=D Nº 8 sem qualquer aviso, o Sr.  Stevens viu o companheiro no ar e não estava disposto a permitir a honra da primeira viagem de dirigível na América ser de seu rival, então, em vinte minutos, depois que a máquina do Sr. Boyce estava no ar, ele tirou a sua do galpão;

21 de Julho de 1902 - Falecimento de sua mãe, D. Francisca Santos Dumont, em Porto, Portugal com 66 anos. Santos=Dumont muda-se para a Avenue des Champs-Élysées, 114, na esquina, a 100m. de seu antigo endereço;

Ele projeta o Dirigível "La Balladeuse" (Nº 9).

O Dirigível "S=D Nº 8", uma cópia do "S=D Nº 6", é vendido ao Sr. Edward Boyce, então vice-presidente do Aeroclube Americano, foi destruído;

Ele também constrói os Dirigíveis "S=D Nº 9" e "S=D Nº 10" neste ano;

13 de Outubro de 1902 - Acidente de Von Bradsky e Paul Morin quando sua barquinha se desprende do invólucro, matando os dois;

1903

28 de janeiro de 1903 - S=D recebe em seu apartamento a revista britânica The Sketch, e dá entrevista na qual, dentre outras coisas, descreve a o desenvolvimento de novos dirigíveis, dentre eles o "omnibus"sic.  capaz de transportar 12 pessoas;

07 de Maio de 1903 - S=D finaliza a construção do novo hangar em Neuilly, Paris  e faz seu primeiro voo discrto com a "La Balladeuse" (S=D Nº 9);

Maio de 1903 - S=D faz testes com o S=D Nº 7 amarrado a uma corda;

23 de Junho de 1903 - S=D acorda às 02h00 da manhã, vai em seu buggy elétrico até o hangar de Neuilly, e às 05h45 começa a "guideroper" a "La Balladeuse" S=D Nº 9, mostrando ao muito curioso povo parisiense (e ao mundo) sua nova invenção. Segue para La Porte Daupine, Bois de Bologne e termina na La Cascade;

11 de Julho de 1903 S=D Segue para o La Cascade com a "La Balladeuse" (S=D Nº 9) para encontrar amigos;

14 de Julho de 1903 - S=D leva o dirigível "La Balladeuse" S=D Nº 9, para as comemorações do dia nacional da França - No grande desfile militar de Longchamps, sobrevoa a formação militar e faz ums salva de 21 tiros com uma arma de fogo, usando munic'ão de festim (em manifestação de comemoração). Porém, como nem todos estavam cientes disso, as quase 200 mil pessoas e 50 mil soldados entraram em pânico;

As repercussões de tal incidente fizeram com que o potencial militar da aeronave fosse notado. Santos=Dumont então vai até o General André, e relutantemente oferece suas aeronaves e até uma frota delas modificadas para fins bélicos;

31 de julho de 1903 – O exército responde enviando ao seu hangar em Neuilly dois embaixadores especializados em aeronáutica, o tenente-coronel Bourdeaux e o comandante Hirschhauer, para examinar as suas instalações e frotas de dirigíveis;

Estaciona a Balladeuse para um Café em seu apartamento na Champs-Élysées


21 de julho de 1903 - Em um dos atos mais conhecidos de Santos=Dumont, ele estaciona sua 'Balladeuse' em frente ao seu apartamento na Champs-Élysées, 114, desce para tomar um café enquanto a população aprecia de perto á charrete voadora' - um momento digno das histórias de Júlio Verne;

23 de julho de 1903 - Santos=Dumont subiu com um enorme e potente farol fabricado nas oficinas de seu amigo Louis Bleriot, e com o farolete instalado na proa de seu numero nove realizou o primeiro vôo noturno de um dirigível;


29 de julho de 1903 - Após um voo de S=D com uma criança, Clarkson Potter de 7 anos, no cesto de vime do S=D Nº 9, a Cubana/Americana Aída de Acosta foi a primeira mulher a pilotar um dirigível. Chegou bem cedo ao hangar, voou sozinha até o campo de Pólo de Longchamps, depois disso voltou ao hangar. Santos=Dumont a acompanhou todo esse desenvolvimento de sua bicicleta;

A Sra. George Kepel e a Sra. Chauncey publicam publicamente através da imprensa que tambem queriam voar em um dirigível, possivelmente no S=D Nº 10 denominado "Ominibus" sic. Certo dia o dirigível foi visto amarrado a uma corda com passageiros dentro, não está claro se eram elas;


Setembro de 1903 S=D faz uma vaigem oficial ao Brasil pois o gverno querencorajar as pesquisas de aerostação;

1904

28 de Maio de 1904 - S=D volta a França 

S=D escreve "Dans l'Air" (Os Meus Balões) e recebe a comenda de Cavaleiro da Legião de Honra do governo francês;

12 de Junho de 1904 - S=D parte a bodro do SAVOIE para participar da feira de St Louis, com uma comitiva, entre os quais Dozon, Chapin e Aimé;

28 de Junho de 1904 - S=D pousa ao lado do seu dirigível S=D Nº 7 vandalizado em um galpão nos Estados Unidos, momentos antes de sua aporesentação na feira de St Louis; 

Junho de 1904 - Chega aos Estados Unidos para participar da corrida de dirigíveis de Saint-Louis, mas sofre sabotagem, inutilizando o invólucro do seu Dirigível "La Balladeuse";

Setembro de 1904 - S=D planeja voos em Trouville, a 200km de Paris. Naquelas praias, a maré baixa proporciona grandes extensões para que Santos=Dumont ppossa praticar manobras do dirigível;

15 de dezembro de 1904 - O Aero-Club de France, por meio de Deutsch e Archdeacon, cria um novo prêmio de 25 mil francos, para quem conseguir conduzir um aeroplano em circuito fechado;

31 de Dezembro de 1904 - S=D cria um novo dirígivel, o S=D Nº 13. Como era muito alto para ser inflado dentro de Neuilly, ele o faz no do hangar de Saint-Cloude, quando uma rajada de vento danifica o balão irrecuperavelmente. Como ele viria a dizer na matéria da revista "Je Sais Tout" intitulada "Ce que je ferai, ce que l'on fera" do artigo seguinte, tal invenção serviria para se proteger do frio intenso dos polos, que alterava o volume do gás no interior do invólucro, comprometendo a flutuabilidade, dai a idéia de criar um balão misto, o SD de 1900m3 de hidrogênio e 750m3 de ar quente;

1905

15 de Fevereiro de 1905 - S=D escreve um artigo para a revista "Je Sais Tout" intitulado "Ce que je ferai, ce que l'on fera", no qual ele descreve como serão os dirigíveis do futuro, verdadeiros Yatches voadores, disse que a expedição de Adrée ao Polo Norte poderia ter tido um disfecho diferente com algumas soluções tecnológicas;

12 de Junho de 1905 - S=D convoca um fotógrafo em Saint-Cloude, para registrar sua nova invenção, o S=D Nº 14, o menor dirigível do mundo, cuja o invólucro lembrava uma lançadeira de tecelão, com o propósito de aumentar sua penetração no ar e aumentar sua velocidade. Foi apelidade de "racer, era um dirigível de corridas (saiba mais);

21 de agosto de 1905 - Apos os primeiros testes o dirigível se mostrou extremamente difícil de manobrar e muito instável. S=D reprojetou o invólucro, dessa vez mais taludo, com 186 metros cúbicos. Nesse dia ele voou com a sua nova versão do numero 14  no litoral de Trouville;

Agosto de 1905 - Faz uma ascensão em Trouville com o Dirigível "SD Nº 14". Durante uma corrida de lanchas na Cote d'Azur, toma conhecimento do motor "Antoinette" e conhece seu fabricante, Levasseur;

1906

02 de janeiro de 1906 - Santos=Dumont é o único candidato a se inscrever para o prêmio criado por Deutsch e Archdeacon;

30 de Janeiro de 1906 - Dumont aparece em fotos em seu hangar de lona em Neuilly, com um helicóptero semi construido ao lado de um motor Antoniette e também praticando voos com um planador de 2m de comprimento, desenhado por Geroge Cayley . A esses inventos são atribuidos os números 11 e 12;

Julho de 1906 - Ernest Archdeacon, novo diretor do Aero-Club de France, conhecido como o “Mecenas da Aviação”) instituiu um prêmio de 3.000 francos para o primeiro aviador que conseguisse voar uma distância de 25 metros, com ângulo de queda máximo de 25%;

21 de Juho de 1906 - Constrói um novo aparelho, um biplano com asas inspiradas nas pipas de Hargrave, chamado Oiseau de Proie, e com ele preso ao Dirigível "S=D Nº 14", testa seu equilíbrio e direção, este biplano fica conhecido como "14-bis";

Julho de 1906 - Num experimento o qual utilizava um burrico, chamado “Kuigno” (nome bretão) rebocando o 14-bis para cima, S=D deslizava seu 14-bis suspenso a um cabo de aço de cerca de 60 metros de comprimento, fixado entre dois postes de alturas diferentes para testar todos os controles do biplano;

O PRIMEIRO VOO DO MAIS PESADO QUE O AR

7 de Setembro de 1906 - Em Bagatelle, consegue elevar-se no biplano por um segundo com o 14-bis;

13 de Setembro de 1906 - Em Bagatelle, realiza um pequeno voo de 8 metros com o 14-Bis;

30 de Setembro de 1906 - Participa da Taça Gordon Bennet para balões livres, mas, ferindo o braço em uma transmissão, é obrigado a aterrissar perto de Bernay;

Capa do Le Petit Journal de 25 de novembro de 1906 

23 de Outubro de 1906 - Em Bagatelle, consegue elevar-se do solo a cerca de um metro de altura e percorre uma distância de 60 metros, ganhando a Taça Archdeacon, oferecida ao piloto que em sua máquina e por seus próprios recursos conseguisse voar por um percurso de 25 metros;


08 de novembro de 1906 - Foi publicada a matéria da Revista Nature que aponta Santos=Dumont como o primeiro homem a voar um objeto mais pesado que o ar, por locomoção própria no artigo intitulado THE FIRST “MANNED" FLYING MACHINE como se lê:


"OCTOBER 23 of the present year will be remembered as a red-letter day in the history of flying machines, for it was on that day that the first flying machine, constructed on the “heavier than air” principle, successfully raised itself and its driver from the ground several feet, and transported itself by means of its own power over a distance of eighty yards" (saiba mais);

Importante destacar o valor das conquistas de aeronautas como as de Abbas Ibn Firnas - O primeiro relato de voo planado aconteceu no ano de 875 dC emAndaluzia; Kōkichi Ukita (浮 田 幸 吉, 1757 - 1847) foi um pioneiro da aviação japonesa, antepassado de meu amigo Yasuyuki Ukita, escritor e Jornalista, frequentemente elogiado por fazer asas artificiais e voar com elas. Ele é considerado o primeiro japonês a voar; Karl Wilhelm Otto Lilienthal (Anklam, Pomerânia, 23 de Maio de 1848 — Berlim, 10 de agosto de 1896), conhecido como o "Pai do voo planado"; Shivkar Bapuji Talpade no Marutsakhā - que em 1895 voou 460m na Praia de Chowpatty, em Mumbai, que tal como os Irmãos Wright, supostamente voou longe do olhar público em 1903 (siaba mais) ;

Depois das matérias anteriores, nas quais vemos que Santos=Dumont fez seus voos acompanhados pela comunidade científica, testado e questionado a exaustão, enquanto que os  e dos Wright, que parecem ter sido escolhidos os primeiros a voar por uma mera questão de ‘agenda nacional americana’, nós vamos ver nessa última e conclusiva matéria a definitiva ‘certidão de nascimento do voo’, reportada pela revista Nature - desde sempre, a revista mais respeitada do mundo científico.

12 de Novembro de 1906 - Em Bagatelle, com o avião Oiseau de Proie III  "14-Bis", provido de ailerons rudimentares para ajudar na direção, percorreu 220 metros em 21,5 segundos e estabelece os primeiros recordes de aviação do mundo;

1907

21 de Março de 1907 - S=D, ainda em exercício de aprimoramento de suas aeronaves, cria o  "S=D Nº 15", um biplano de madeira compensada. Faz outros ensaios nos dias 24 e 27 de março;

4 de Abril de 1907 - O "14-Bis" cai em Saint-Cyr e é danificado;

10 de Agosto de 1907 - Ele sobe no balão "Aigle" com pilotos do Aeroclube de França e os amigos brasileiros Antônio Prado Júnior e sua esposa, D. Eglantina;

4 de junho de 1907 - Ainda como forma de aprimorar seus talentos como piloto e testar a dinâmica de asas e ailerons, desenvolve o "S=D Nº 16", uma aeronave 'pesada como o ar', já que seu peso igualava o força ascensional, faz ensaios com ele de 08 de Junho até setembro de 1907;



Outubro de 1907 - Santos=Dumont foi desafiado por Charron, durante um jantar no Maxim’s, a atingir 100 quilômetros por hora na água. Faz testes com seu S=D Nº 18, o hidroglisseur, (saiba mais);

16 de Novembro de 1907 - S=D testa em Saint-Cyr, seu primeiro modelo de um aeroplano apelidado pelos franceses de Demoiselle, S=D Nº 19, devido a sua graciosidade e semelhança com as libélulas. com 106 quilos, o Demoiselle era  uma linda aeronave com motor de 35 HP e estrutura de bambu, no dia 17 voa 150 metros em Issy-Les-Molineaus;

21 de Novembro de 1907 - Durante as primeiras experiências do dia, a hélice se desprende, voa 120m até ser fincada no quintal ao lado, ficando no solo;

1908

13 de Janeiro de 1908 - O aviador inglês radicado na França, Henri Farman (1874 - 1958), venceu a prova em circuito fechado voando com um avião projetado por Gabriel Voisin;

Em 1908 S=D é diagnosticado com "Mal dos Nervos", hoje sabemos que é esclerose múltipla;

08 de Agosto de 1908 - Em Le Mans os irmãos Wright demonstram o Flyer, não há registros fotográficos deste evento porque pediram à imprensa para não fotografar. George Besnçon relata o momento e Louis Blériot disse que aapresentação foi maravilhosa;

Nesse mesmo ano os Wright processam todos os inventores, inclusive Santos=Dumont. Mas, um ano depois, eles já estão fora das competições – explica o físico Henrique Lins de Barros, autor de livros sobre Santos Dumont, destacando o pioneirismo do 14bis. – O 14bis fornece o entendimento de que, para levantar voo, é necessário mudar o ângulo de ataque para criar suficiente sustentação nas asas. A partir daí, a aviação explode. Todo mundo copia essa ideia;

1909

Mudança de Santos=Dumont da Avenue des Champs-Élysées, nº114;

9 de março de 1909 - S=D abandona a fuselagem única de bambu e faz uma nova estrutura com três bambus, e denomina sua nova Demoiselle de S=D Nº 20, faz seu primeiro vôo  em Saint-Cyr, com motor Dutheil & Chalmers de 18 cv.;

Maio de 1909 -  A Demoiselle é exposta no no 1º Salão Aeronáutico no Grand Palais, em Paris;

25 de julho de 1909 - Blériot decola de Les Barraques e atravessa o Canal da Mancha, pousando próximo a Calais. As atenções ficam voltadas para ele. Santos=Dumont parabeniza o colega e este responde: “Não fiz mais do imitá-lo: você é o nosso líder”;


18 de setembro de 1909 - Em um vôo para demonstrar a simplicidade dos controles do Demoiselle, S=D solta os controles de vôo e segura seu lenço em uma das mãos e o lenço de um repórter qeu cobria o 'stunt' na outra. Depois disso, pedaços de lenços foram distribuídos à população;

1910

4 de janeiro de 1910 - S=D em seu mais grave acidente em Mourmelon-Le-Grand, no qual a Demoiselle despenca de uma latura de 25m, deixa de voar.  Seu último voo como piloto aconteceu nesta data, não em 1909, como descrito em diversas outras biografias;

Nessa mesma data se muda Santos=Dumont da Avenue des Champs-Élysées, nº114;

1911~1912

Em 1911- S=D foi procurado pela polícia francesa porque o seu cunhado, Carlos Villares, foi encontrado morto dentro da cabine de um trem francês. Ele teve um ataque cardíaco ao voltar da Suíça, depois de deixar seus filhos e sobrinhos no Instituto Schmidt em St Galen, e tinha cartas de Dumont no bolso;

Morando na casa da família na Rue D'Edimbourg nº26, idealiza e começa construção de uma casa de estruturas modestas no litoral de Benérville, apelidada de La Boîte por sua forma quadrada, para se refugiar;

Nas fotos do Observatório de Santos=Dumont com o seu telescópio Zeiss, Santos=Dumont recebe seus amigos mais íntimos como Ferdinand Charron, Emmanuel Aimé entre outros.

Aquela época Dumont queria se aproveitar dos louros de sua vida de aviador, gostava de design e estilo, alem das excentricidades de ter peças náuticas instaladas na vila, tinha um lindo Alda de 4 cilindros e 15HP, desenhado e construído por seu amigo Charron;

1913

19 de outubro de 1913 - Um monumento em sua homenagem é erguido em Saint-Cloud, em uma placa se lê “Ce monument a eté éleve par L’ Aero Club de France pour commemorer le experiénces de Santos-Dumont, pionnier de la locomotion aérienne” (Este monumento foi erigido pelo Aeroclube da França para comemorar as experiências de Santos-Dumont, pioneiro da locomoção aérea).

Durante a ocupação nazista de Paris na Segunda Guerra Mundial, a estátua original foi retirada pelos alemães fundida e convertida em munição.

Uma réplica, aproximadamente igual à original, foi recolocada no local, por brasileiros, em 1952 e está lá até hoje na praça denominada Santos=Dumont;

Final de 1913 - S=D recebeu a visita de dois veículos da polícia que chegaram por denúncia de um vizinho austríaco chamado Goujon, que acreditava que S=D fosse um espião, pois observava o movimento na costa da mancha com seu poderoso telescópio e se comunicava por meio de bandeiras náuticas erguidas no mastro de um navio instalado próximo à casa, teve seus bens confiscados e foi mantido em prisão domiciliar.

No dia seguinte, ao perceberem o equivoco com o célebre estrangeiro, foi feito um pedido formal de desculpas pela gendarmerrie, os bens e documentos confiscados foram devolvidos e a prisão revogada; mas isso não bastou, num ato de revolta e tristeza, o S=D queima grande parte dos seus documonetos, projetos e da sua história nos arredores  da La Boite (saiba mais);

Com a eclosão da guerra, ele doa seu Alda e seu telescópio às autoridades francesas para ajudar no esforço de guerra;

1914 

2 de janeiro de 1914 - S=D chega ao Rio de Janeiro a bordo do vapor Blucher, passou uma temporada na casa de seu irmão Henrique e de sua cunhada Amáia Ferreira Dumont, na Rua Cruz Lima n.8, no Flamengo;

04 de janeiro de 1914 - Em visita a Petrópolis, encontrou um lugar durante suas cavalgadas, apaixonou-se pelo local e logo comprou aqeulas terras - Obs. algusn biografos dizem que foi de uma janela do Palace Hotel, prédio que hoje abriga a Universidade Católica de Petrópolis, que Santos=Dumont viu o terreno vago na Rua do Encanto, 22, em Petrópolis;

1915

28 de janeiro de 1915 - S=D muda-se para São Paulo, hospedando-se na residência de Guilherme Villares;

07 de outubro de 1915 - S=D vai a Washington para participar como convidado de honra do II Congresso Científico Pan-Americano. Não tinha um discurso formal agendado, porém em reunião com Eduardo Suarez Mojica-Diretor e John Barret-Presidente do Congresso, discutiram a ideia de uma força de defesa aérea continental, bem como trataram de um ponto intitulado "como o aeroplano pode facilitar as relações entre as Américas".

O painel foi um sucesso, Fernando Jorge relata que a sala lotou e muitos assistiram de pé;

1916

09 de Fevereiro de 1916 - S=D desembarca no Chile, do vapor Huasco, direto de Nova York, como delegado oficial dos Estados. Pois  foi convidado para presidir o aeroclube de Nova York, em conferência aeronáutica, planejada para acontecer em Santiago;

4 de março de 1916 - S=D voa sobre Viña del Mar com David Fuentes Sosa, o primeiro homem atravessar o Estreito de Magalhães em avião. Mais tarde, Dumont relata a seu irmão Henrique que passou momentos de medo por causa do visível exibicionismo de Fuentes;

9 de março de 1916 - S=D é recebido pelo presidente Juan Luís Sanfuentes no Palácio de La Moneda, e depois, no salão nobre da Universidade do Chile, pois o ex-ministro Guerra, Jorge Matte e Gormaz propôs do nome de Santos=Dumont para atuar com o presidente honorário do Simpósio Aeronáutico;

Abril - Ele viaja a cavalo desde as Cataratas do Iguaçu até Guarapuava, depois de carro até Ponta Grossa e de trem até Curitiba para se encontrar com o Governador do Paraná, dando os primeiros passos na criação do Parque Nacional do Iguaçu.

Junho de 1916 - S=D parte para o Chile para participar de uma Conferência Pan-Americana em Santiago;

Julho de 1916 - S=D vai à Argentina para o centenário da Assembleia de Tucumán;

1917

S=D constrói a casa "A Encantada" em Petrópolis;

16 de novembro de 1917 - Santos=Dumont defendia no Brasil desenvolvimento da Aeronáutica em apelo que dirigiu o governo Brasileiro em favor da criação da aviação no exército e na Marinha, em carta enviada ao Presidente Delfim Moreira, conforme relato do Tenente Brigadeiro Nelson Freire Lavenère-Wanderley;

1918

1918 - Passando uma temporada na casa de seu irmão Henrique na praia do Falmengo, Santos=Dumont conhece Yolanda Penteado. Amalia, esposa de Henrique era tia de Yolanda;

Abril de 1918 - S=D com ajuda de um amigo engenheiro Eduardo Pederneiras, que morava na cidade de Santos Dumont, concebeu a primeira planta da casa que pretendia construir em Petrópolis;

Ele mesmo fez alguns ajustes no projeto e por fim, levou o porjeto a Ricardo Severo, um engenheiro diplomado na Escola Politécnica do Porto,  sócio do escritório de projetos e Construções de Ramos de Azevedo, que finalizou o projeto;

10 de Agosto de 1918 - S=D requer vistoria do “prédio recém-construído à Rua do Encanto, . A resposta chegou dez dias depois, em “20 de Agosto de 1918 - “Averbe-se, pagos os impostos, podendo ser habitado”;

Na Encantada, ele escreve o livro "O que eu Vi, o que nós Veremos";

1919

5 de janeiro de 1919, S=D pede licença para usar um automóvel particular nas rua de petrópolis. A solicitação foi deferida em 18 de janeiro do mesmo ano e arquivada no dia 31.;

21 de janeiro de 1919  S=D havia requerido ao “excelentíssimo Sr. Dr. Prefeito Municipal de Petrópolis” licença para ter “um cão de nome Bob, de côr amarellada e raça policial”. Deferido, o pedido foi arquivado em 31 de janeiro de 1919;

Julho de 1919 - Com a morte de seu irmão Henrique, de 62 anos e devido à uma mudança de comportamento, Dumont passa uma temporada de repouso no Hôtel de Belle Hôtesse, na rue St. Giles nº49, em Orthez nos Pirineus;

Setembro de 1919 - S=D visita Guaiaquil e Quito, seguindo depois em direção ao porto de Callao no Peru;

5 de outubro de 1919 - S=D parte do Peru com destino à Bolívia, para visita à embaixada brasileira em La Paz, momentos antes de o presidente boliviano Gutierrez Guerra ser deposto por um golpe de Estado;

5 de dezembro de 1919 - S=D comprou dois alqueires da fazenda do Sobrado, e outros dois e meio da Fazenda de Joaquim José Pereira;

1920

Abril de 1920 - S=D compra mais oito alqueires da fazenda do Engenho;

Maio - S=D compra 17,5 alqueires da viúva Elvira de Almeida Gonçalves. Nessa época já tinha um bom rebanho de gado de corte e vacas leiteiras;

21 de junho de 1920 - S=D envia uma carta de São Paulo a João, "Acabo de comprar um lindo touro importado da Inglaterra";

1921

Janeiro de 1921 - S=D continua reformando a casa em Cabangú, ampliando o pequeno lago em frente à casa e enchendo-a de carpas;

14 de Maio de 1921 - S=D em Paris mata a saudade do seu tempo de aeronauta ao voar o balão livre com o conde Henry de La Valoux, fundador do Aeroclube francês, foi seu ultimo voo de balão;
 
1922

Condecorou Anésia Pinheiro Machado, que durante as comemorações do centenário da independência do Brasil, fizera o percurso Rio de Janeiro-São Paulo num avião;

18 de Setembro de 1922 - S=D manda erguer um túmulo para seus pais e para si mesmo, no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro. O túmulo é uma réplica do ícaro de Saint-Cloud. traz os restos mortais de sua mãe, que respousava no cemitério de Agromonte e de seu pai;

09 de Novembro de 1922 - Desembarcou no Chile recebido por Emilio Silva, embaixador do Brasil e Diego Aracena, organizador do ride Aracena;

1923

4 de janeiro de 1923- S=D pediu ajuda para seu funcionário 'João' para vender uma dúzia ou meia dúzia de vacas de leite, porque vinha gastando muito com Cabangu. No final, acrescentou: “Desejaria saber qual é a quantidade de farelinho que o senhor está dando às suas vacas e com este trato e tirando leite duas vezes por dia qual é o argumento que o senhor conseguiu. Eu desejaria fazer a experiência com umas 12 vacas das melhores”;


A partir de então, começa a vender as terras que anexaram ao lote original, havia gado demais e o pasto não dava conta de atender o rebanho, sobretudo no verão. A fazenda dava prejuízo e os empregados tinham que deslocar a boiada para terras vizinhas; 

6 de abril de 1923 - S=D embarcou para Lisboa onde foi recebido no cais do porto pelos vereadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral;

1924

Abril de 1924 - S=D viaja para Portugual, permanecendo no Porto até o mês de setemro;

6 de novembro de 1924 - S=D foi eleito Grande-Oficial da Ordem de Leopoldo II;

1925

25 de janeiro de 1925 - com o objetivo de cuidar de sua saúde, S=D tenta se tratar com águas termais "que têm bastante rádio", mas não foi bem-sucedido;

Março - numa carta, Dumont descreve-se como estando "extremamente magro, como um esqueleto";

29 de Abril de 1925 - S=D reclama em uma carta de ruídos no ouvido;

Maio de 1925 - S=D volta ao Brasil e fica pouco tempo por aqui, pois ao ser examinado pelo Doutor Juliano Moreira, constatou-se que ele estava com"os nervos à flor da pele". ;

Julho de 1925 - S=D  foi para Paris e posteriormente, para a Suíça, onde ficou internado na clínica Valmont, em Glion-Sur-Montreux, indo e vindo de lá para Paris pelos proximos três meses;

O pesquisador Henrique Lins de Barros descreve que "por volta de 1925, entra gradualmente num estado de depressão quase permanente.";

Em agosto, recuperado de seus constantes problemas de saúde, S=D se hospeda na chamada “La Casucha”, um apartamento alugado de seu grande amigo e sócio o Marques de Soriano em Biarritz;

O “Transformador Marciano”e o “Ícaro” foram fruto de pesquisas que S=D fez nos últimos 3 anos (de 1925 a 1928) na “La Casucha” apartamento alugado de seu grande amigo e sócio o Marques de Soriano.

Santos=Dumont participa ao lado de Yollanda Penteado do Concours d'élégance automobile, ao lado de um Soriano-Pedroso, um automóvel de fabricação francesa, produzido de 1919 a 1924, e construído em suas instalações de fabricação na cidade costeira francesa de Biarritz;

Santos=Dumont tinha uma sociedade com o seu também amigo marques de Soriano - Ricardo Soriano Sholtz von Hermensdorff também chamado de Marques de Ivanrey proprietário da Empresa Automobilística Soriano Pedroso, que desde 1919 fabricava automóveis, motores e até mesmo hidraviões. 

S=D desenvolvera com o Marques de Soriano um motor especial que funcionava alimentado por petróleo pesado, de baixo consumo, e que eliminava consideravelmente o risco de incendiar-se. O motor foi Lançado comercialmente com o nome de “Dumont-Soriano”;

1926

Janeiro de 1926 - S=D apelou à Liga das Nações, através do seu amigo e embaixador Afrânio de Melo Franco, para impedir a utilização de aviões como armas de guerra. Chegou a oferecer dez mil francos a quem escrevesse o melhor trabalho contra o uso militar de aviões;

Dumont foi o primeiro aeronauta a se manifestar contra o uso militar do avião. No mesmo ano escreveu ao senador Paulo de Frontin rejeitando proposta de terceiros que visava torná-lo general;

Ele é internado no sanatório de Valmont-sur-Territet, na Suíça;

 Santos=Dumont oscila idas e vinda da “La Casucha” apartamento alugado de seu grande amigo e sócio o Marques de Soriano de 1925 a 1928.

11 de outubro de 1926 - Dumont soube na Suíça que o senador paranaense Carlos Cavalcante de Albuquerque havia apresentado um projeto de lei que dava a Santos=Dumont o título de General da Quinta Arma. Detestou a notícia - escreveu uma carta dirigida ao médico Jorge Toledo Dodswoth, casado com uma de suas sobrinhas, e também a Antônio Prado Júnior, agradecendo ao homem, mas recusando-a;

1927

Maio de 1927 - S=D chegou a ser convidado pelo Aeroclube da França para presidir o banquete em homenagem a Charles Lindberg, pela travessia do Atlântico, mas declinou do convite devido a seu estado de saúde.

Faz uma breve visita ao Brasil para rever as casas de Petrópolis e Cambangu e viaja de retorno para Paris, para a casa de Amália;

Outubro de 1927 - S=D vai para Biarritz, hospedando-se no apartamento de Biarritz de seu amigo Marques de Soriano, na Av. Marcechal Foch, nº 26, lá encontra sua amiga que costumava chamar de sobrinha, Yolanda Penteado e com seu marido, Jayme da Silva Telles;

Novembro de 1927 - S=D vai para Glion, na Suíça acompnhado de yolanda que faz fotos com O MARCIANO;

Novembro de 1927 - S=D encontra-se com H. G. Wells num hotel, Santós deixou o pequeno Marciano na mesa de centro do lobby, Wells não conseguia tirar o olho do tal invento.

“Quando olho para este aparelho me convenço que é disto que precisava para equipar os Marcianos na Guerra dos Mundos”. Disse Wells em alta voz como quem tenta quebrar o gelo;

Dezembro de 1927 - S=D se encontra com Yolanda Penteado e Mme. Pnget em Sant Morritz, e faz mais testes e fotos com o Marciano;

1928

Novembro de 1928 - S=D embarca no Cap Arcona com destino ao Brasil, acompanhado de Jorge Dumont Villares;

03 de dezembro de 1928 - quando o navio chega à bahia da Guanabara, alguns intelectuais brasileiros decidiram prestar-lhe homenagem jogando flores e pequenos pára-quedas com uma carta desejando boas vindas para S=D. Os pára-quedas seriam lançados por um hidroavião Wal Dorner do Sindicato Condor chamado "Santos=Dumont" na Bahia da Guanabara, momentos antes de o CapArcona chegar ao seu destino final no Rio de Janeiro tem um acidente e S=D fica enormemente abalado;

Em seu desembarque do Cap Arcona no Rio de Janeiro, S=D trouxe seus dois inventos, o “Transformador Marciano”e o “Ícaro”, fruto de pesquisas que fez nos últimos 3 anos (de 1925 a 1928) na “La Casucha”;

1929

5 de janeiro de 1929 - Assis Chateaubriand lança sua primeira edição do Diário de São Paulo, com mais de 30 mil exemplares, em que S=D contava suas invenções, em que Dumont dizia que voltaria à Saint-Morritz, na Suíça para aproveitar a neve temporada, para realizar testes com o marciano;

S=D recebe a comenda de Grande Oficial da Legião de Honra do governo francês;

1930

14 de abril de 1930 -  S=D escreveu ao sobrinho Henrique numa breve carta que estava morando no apartamento 5 da Rue Villaret de Joyeuse com o “filho Sabreur”, referindo-se ao cachorro galgo Sabreur du Diable (Sabre do Diabo), que participava de competições.;

Na mesma nota, avisa: “As corridas começam breve, mas elle só correrá em maio”.Foi nese ano que ele fez seu primeiro testamento; 

24 de julho de 1930 - S=D registra sua primeira patente, um motor para acionar um boneco de coelho, utilizado em corridas de galgos, BREVET D’INVENTION Gr.20 – Cl. 1. Nº 679.228;

28 de outubro de 1930 - S=D é internado na Casa de caúde de Preville, em Orthez, nos baixos Pirenéus;

1931

No começo de 1931 S=D esteve internado em casas de saúde em Biarritz e em Orthez, no sul da França, onde recebeu a ultima visita de Yolanda Penteado;

Ainda na Casa de caúde de Preville, em Orthez, S=D tenta suicidar-se com sobredose de medicação;

Antônio Prado Júnior, ex-prefeito do Rio de Janeiro (então capital do Brasil), havia sido exilado pela Revolução de 1930 e fora para a França, encontrou Santos Dumont em delicado estado de saúde, o que o levou a entrar em contato com sua família e a pedir ao seu sobrinho Jorge Dumont Vilares, que fosse buscá-lo na França.  De volta ao Brasil, passou por Araxá, em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo;


4 de junho de 1931 - S=D foi eleito membro da Academia Brasileira de Letraspara ocupar a cadeira nº 38, vaga pelo falecimento do romancista Graça Aranha. No entanto, ele não chega a tomar posse, sendo substituído pelo escritor Celso Vieira;

1932

Meses antes de morrer, Santos=Dumont mandou vender todas as terras vizinhas a Cabangu. A área original da casa, porém, foi devolvida “à nação brasileira” em seu testamento. Diz o documento lavrado num cartório de Sorocaba, interior de São Paulo, em 7 de setembro de 1931: “Tendo sido dada ao testador pela Nação a propriedade onde elle nasceu, situada em João Ayres (Cabangú) Estado de Minas, é de seu desejo que tal propriedade seja restituida a mesma doadora – a Nação brasileira”.

Maio de 1932 - S=D se muda para o Grande Hotel La Plage no Guarujá, no quarto de nº 151, Jorge Dumont Villares se hospedava no quarto 152, para acompanhar o tio;

Perturbado por ver os constantes afogamentos na praia, S=D cria seu último invento, o Canhão paradoxal, também chamada Catapulta salva-vidas - uma invenção para facilitar resgates no mar. Trata-se de uma Catapulta que lançava boias salva-vidas ao alcance era quatrocentos metros;

23 de julho de 1932 - Alberto Santos=Dumont, solteiro, com 59 anos de idade, inventor. Ao que consta, foi encontrado morto em um dos apartamentos do hotel de La Plage, no Guarujá, onde residia (saiba mais).

25 de julho de 1932 - O governo do Brasil decretava “luto nacional por três dias, pelo falecimento de Alberto Santos-Dumont”, salientando, nos seus “consideranda”, que “o brasileiro Alberto Santos-Dumont, inventor da direção dos balões e do vôo mecânico, dotando a humanidade de novos engenhos para o seu desenvolvimento, estreitou os laços entre as nações e cooperou para a paz e solidariedade entre os povos, tornando-se, assim, merecedor da gratidão do Brasil, cujo nome honrou e glorificou”.

Não era esse, aliás, apenas um luto nacional: mas universal. Era um gênio que o mundo todo perdia. Para sempre fechava suas asas quem deu asas ao homem.
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Tal como escrevo no artigo anterior,  tratando sobre a morte de Santos=Dumont, existe uma citação de Leonardo Da Vince, que considero uma oração e ilustra muito bem a vida de Santos=Dumont:

“Siccome una giornata bene spesa dà lieto dormie, così una vita bene usata dà lieto morire”.

Assim como um dia bem passado traz um sono feliz, uma vida bem vivida traz uma morte feliz.

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