terça-feira, 15 de abril de 2025

Dirigível Número 4 - O Equilíbrio e a Nacele e Time de Mecânicos


E em seu primeiro voo com o nº 4, em 1º de agosto de 1900, a aeronave ainda contava com um motor Buchet de 2 cilindros e 7 cv. O dirigível já era capaz de atingir 40 km/h.

O Dirigível nº 1 e o nº 2 foram ideias simples porém revolucionárias: Santos=Dumont acoplou um pequeno motor ao cesto de vime e o prendeu a um balão alongado, más foi a partir do Dirigível nº 3 que ele começou a entender a importância de uma estrutura rígida para manter o controle e a estabilidade da aeronave. Foi então que introduziu um bambu como suporte longitudinal, um avanço que ofereceu mais firmeza ao conjunto.

Dumont modificava o nº 4 constantemente aqui vemos uma nova versão com o motor Buchet de 4 cilindros ,16 HP,  que foi demonstrado no dia 19 de setembro de 1900

O Aeroclube de France havia sido fundado no ano passado no dia 9 de janeiro de 1899, quando o prefeito autorizou a existência desta associação, sob presidência do conde Albert de Dion, acompanhado de ousados ​​e engenhosos membros: Abel Bailiff, presidente do Touring Club de France, Conde Gaston de Chasseloup-Laubat, Emmanuel Aimé, Conde de Castillon de Saint-Victor, Conde Henri de la Vaulx, Ernest Archdeacon, Léon Bollée, André Michelin, Gustave Rives, Wilfrid de Fonvielle, Bouquet de la Grye, Mascart, Cailletet, Léon Serpollet. 

Versão final do Dirigível nº 4

Para não repetir o acidente sofrido em junho de 1898, quando durante uma de suas subidas, o invólucro dobrou-se em V e caiu em grande velocidade em direção à grama do Jardin d’Acclimatation, de uma altitude aproximada de 600 metros e depois teve uma descida vertiginosa sobre a planície de Bagatelle, o aeronauta decidiu colocar um balonete inflável no corpo do invólucro, que poderia ser enrijecido pelo comando de uma ventuínha elétrica.

 Dirigível nº 4 ainda com o invólucro de 420 m3 que era deslocado no ar por um motor Buchet de 7HP que movimentava uma hélice de duas pás.

O Dirigível Santos=Dumont nº 4 foi concluído no verão de 1900, tinha um motor Buchet de 7 HP com dois cilindros, e sua cesta de vime foi momentaneamente trocada por um selim de bicicleta, assim como o leme agora podia ser operado por um guidão. Fez seu primeiro voo em 1º de agosto. 


O invólucro de 420 m³ parecia insuficiente para suportar o peso do motor e um possível lastro para contrabalançar o peso da barquinha, que não podia passar de 50kg. Fez varias subidas com ele e aos poucos fazia modificações aqui e ali, o que fez com que o nº 4 fosse referido como "os vários nº 4" - ampliou o balão, que agora passava a ter 520 m³ e podia suportar o peso de um motor maior, com o dobro de HP, também um Buchet, mas agora com 4 cilindros e 14 HP. 

Neste excerto do filme realizado pelos irmãos Lumière - Experiment du balloon dirigible de M. Santos-Dumont: II. Le balloon et son moteur,  o experimento é imediatamente interrompido devido ao leme quebrado. Observe que neste experimento o conjunto de rodas foi removido em um esforço para melhorar a manobrabilidade, antes de mudar o motor de 7 para 14 HP.

Em 19 de setembro, ele fez uma apresentação pública aos participantes do Congresso Internacional de Aeronáutica, mas um vento forte fez com que o leme quebrasse antes mesmo que ele o colocasse no ar.

Dirigível nº 4 em sua segunda versão - em um mês Dumont já havia ampliado o invólucro para 520 m3 que agora podia suportar um motor Buchet de 14HP para movimentar uma hélice de duas pás.

A Brilhante Equipe de Mecânicos de Dumont

É evidente que, sem as pessoas incríveis que ajudaram Santos=Dumont a concluir suas invenções, tudo em tempo recorde, Dumont jamais teria decolado.

Incrivéis mecânicos e auxiliares de Dumont - da esquerda para a direita vemos Albert Chapin, Andrée Gasteau e Jérôme Dozon com o nº 18 ao fundo.

Eram pessoas altamente treinadas e entusiasmadas em tornar o voo humano possível. Entre todos eles, destacou-se o mecânico Albert Chapin, sempre ao lado de Dumont, desde o momento em que Dumont pendurou seu triciclo Dion na árvore, até os voos com o número 20, o Demoiselle. 

Quando Dumont decidiu construir sua própria usina de hidrogênio dentro do hangar de St. Cloud, Albert Chapin e sua equipe tiveram que aprender a executar e controlar reações químicas "da noite para o dia", carregando grandes quantidades de limalha de ferro e manuseando cuidadosamente o ácido, demonstrando um alto nível de aprendizado e comprometimento.

Sabe-se que Dumont abriu mão do Prêmio Deutsch de 125 mil francos que conseguiu com o nº 6 ao vencer o Premio e destinou 50 mil francos aos seus mecânicos e assistentes, dando também uma parcela de 75 mil francos ao chefe de polícia de Paris para que trabalhadores pobres pudessem recuperar ferramentas penhoradas, portanto, pode-se dizer que Chapin tornou-se um homem rico. 

Mas e quanto a Andre Gasteau e Jerome Dozon - infelismente pouco sabemos.

O Problema do Ajuste de Equilibrio 

Esse mesmo bambu ressurgiu no nº 4, agora com um motor do seu lado esquerdo Buchet de 7 Hp — o que trouxe um novo desafio: o desequilíbrio lateral. O peso do motor fazia com que o bambu pendesse para a esquerda, dificultando o voo estável. 

NACELE - BARQUINHA






                   
 



Em termos simples, "NACELE" pode ser considerada a "BARQUINHA" dos balões ou dirigíveis, mas com uma diferença importante: "BARQUINHA é o termo mais popular ou informal, geralmente associado a balões de ar quente, feita de vime ou outro material leve, onde ficam os passageiros.


"NACELE" é o termo técnico e mais preciso usado na engenharia aeronáutica. No caso de Santos=Dumont, a nacele era uma estrutura rígida e funcional, projetada para suportar motor, hélice, controles e piloto, e não apenas para transporte passivo como na barquinha. Portanto, toda nacele pode ser chamada de barquinha, mas nem toda barquinha é uma nacele, especialmente quando falamos de balões mais simples, sem propulsão ou controle.
Como o motor era muito pesado e desequilibrava a nacele para o lado esquerdo, Dumont decidiu colocar um tanque de água do lado direito, funcionando como um contrapeso.

A solução engenhosa veio com a invenção da nacele equilibrada, onde Santos=Dumont usou um cilindro cheio de água no lado direito da estrutura para compensar o peso do motor. 

Outra parte curiosa era essa estrutura triangular de metal que ficava acima do motor no dirigível, um detalhe técnico fundamental da aeronave, e é citada no próprio livro Dans l’air (“No Ar”, 1904).

Para que servia essa peça triangular na Teia de Aranha?:

A estrutura triangular servia como um distribuidor de carga ou ponto de ancoragem central da “teia de aranha” — o sofisticado sistema de cabos de suspensão que Dumont usava para conectar o invólucro do balão à nacele (a estrutura rígida inferior que continha o motor, hélice e o piloto).

Funções principais:

Distribuição de peso: Ela centralizava e equilibrava as tensões dos diversos cabos de sustentação que vinham do invólucro.

Estabilização da nacele: Ao manter os cabos bem alinhados, evitava que o motor e o piloto ficassem pendurados de forma assimétrica, o que poderia causar instabilidade em voo.

Segurança e rigidez estrutural: Funcionava como um triângulo de forças, transferindo com mais estabilidade o peso do motor e do piloto para a haste de bambu e a parte superior do balão sem comprometer a integridade do invólucro, além do que tinha a função indireta de evitar que faiscas do motor se dirigissem ao invólucro preenchido com hidrogênio, que agora estava mais próximo.

A forma triangular é uma das mais estáveis em engenharia estrutural — ela impede a deformação sob carga, o que é essencial quando se lida com forças dinâmicas durante o voo. Santos=Dumont era um engenheiro extremamente intuitivo, e usava essas soluções mesmo antes da formalização aerodinâmica moderna.


No caso do número 1 e 2 o desequilíbrio de eixo de rolagem era inexistente, pois tudo se centralizava ao redor do cesto de vime e o próprio peso de Dumont.

Com esse sistema, ele fazia ajustes finos durante o voo, liberando pequenas quantidades de água para manter o dirigível perfeitamente nivelado.

Nos primeiros testes do nº 4 , percebeu-se que o peso do motor dificultava a manobrabilidade do dirigível, pois desequilibrava o eixo de rolagem para a esquerda.

“...A haste de bambu do nº 3 aproximava-se, aqui, de uma quilha real. 

Samuel Langley estava na França para acompanhar os desenvolvimentos de Dumont com seu número 4, ele foi o terceiro secretário da Smithsonian Institution e professor de astronomia na Universidade de Pittsburgh, onde foi diretor do Observatório Allegheny. Na foto também aparece Emmanuel Aime, na época envolvido na pesquisa de Fatum com Dumont.

Não pedia mais por cima da minha cabeça, mas, fixada por um entrecrusamento de peças verticais e horizontais, e de todo um sistema de cordas fortemente esticadas, sustentava diretamente, como numa "teia de aranha" o motor propulsor e sua maquinária, o tanque de petróleo, o lastro e, por fim, o próprio navegador.
 
O problema foi resolvido colocando um gigante tanque de água do lado direito junto com o cilindro de petróleo, fazendo com que as forças se igualassem e a nacele ficasse nivelada.

E excluía a barquinha.

Outra mudança importante que Durmont fez foi substituir o guidão da bicicleta por um volante direcional, que aumentou significativamente o movimento e precisão do leme. Deve ter sido uma emoção enorme sobrevoar a Torre Eiffel sentado no selim de uma bicicleta voadora.

No centro da "teia de aranha", por baixo do balão, eu incorporara um quadro de bicicleta, onde eu deveria ficar montado no selim. ”

 Caminho do Santos=Dumont nº 5

O texto segue mostrando algumas inovações importantes, como a estrutura de uma bicicleta o colocaria no centro de todos os controles de seu novo dirigível, e tal como era debatido por Uncle Prudente e Phil Evans nas aventuras de Robur, escrito por Julio Verne, fez testes com o propulsor a frente do dirigível. 

Primeras apresentaçãos do seu  nº  4 no hangar de Saint Cloud, no verão de 1900

"O sistema, aliás, era facilmente manejável, pois ao redor do quadro da bicicleta, eu dispusera cordas para manobrar os pesos deslocáveis, para produzir a faísca elétrica do motor, para abrir e fechar as válvulas (do invólucro), abrir e fechar a torneira de lastro de água, para comandar, em uma palavra as diversas funções da aeronave. Tinha sob os pés os pedais para por em marcha o novo motor a petróleo de sete cavalos, que acionava um pequeno propulsor de duas pás...Foi igualmente a bordo dos Santos Dumont 4 que fiz a experiência do propulsor colocado à frente da aeronave, e não atrás. Girando na extremidade anterior da quilha travessão, a hélice ao invés de empurrar a aeronave, puxa-la-ia”.

Nos dirigíveis de número cinco em diante Dumont não precisava mais colocar lastro líquido, pois havia adotado a ideia de colocar sacos de areia a bombordo e estibordo, que ele podia controlar jogando pequenos punhados de areia de um lado ou de outro, até que tivesse o equilíbrio perfeito.

Santos=Dumont fez o nº4  com o nobre propósito de sobrevoar a Exposição Universal e mostrar ao mundo sua nova invenção, más infelizmente, os últimos dias de verão apresentaram chuvas torrenciais. Dumont, agora com seu próprio hangar e sua própria produção de hidrogênio, uma vez que ficava muito tempo em solo decidiu trabalhar indoors, continuou seus testes dentro do hangar recém-construído, concentrando-se em aumentar a velocidade das hélices. Devido às correntes de ar frio às quais foi exposto durante esses testes, ele pegou um forte resfriado, do qual se recuperou após férias no Mediterrâneo.

Dumont, auxiliado por sua brilhante equipe de mecânicos, usava um colete nos testes de hélice, o que não o impediu de pegar uma gripe forte, interrompendo seu trabalho físico e iniciando o trabalho mental que o ajudou a ganhar o prêmio.

Isso o ajudou a refletir mais sobre seus inventos e fazer melhorias, como o desenvolvimento de uma barquinha de madeira de pinho de 18 metros, que pesava apenas 41 kg e também o uso de cordas de piano para sustenta-lá junto ao invólucro. O problema do equilíbrio lateral de peso foi resolvido com sacos de areia, não precisava mais de um contrapeso de água para compensar o desequilibrio do motor, que ele jogava aos punhados, de um lado para o outro para ajustar o equilíbrio horizontal - Com isso, o numero 4 passa a se cjamar  Santos=Dumont  nº5, e estava perfeitamente encaminhado para conquistar o Prêmio Deutsch de la Meurthe. 

Será este realmente o Nº4? - Este dirigível combina partes do dirigível "Patrie", construído pela empresa francesa Lebaudy Frères em 1906, um dos primeiros dirigíveis militares do exército francês, com o invólucro do Nº 4 de Santos=Dumont, de seis anos antes. - É interessante notar que nesta foto o leme retangular, ao contrário de outras, está em posição equivocada e que há um envoltorio nos cabos de suspensão que não corresponde aos registros técnicos do Nº  4 , más sim com o Patrie. Essas discrepâncias podem ser atribuídas a limitações técnicas da época ou a retoques artísticos comuns na virada do século, ou talvez o invólucro do Nº4 tenha sido vendido aos irmãos Lebaudy.

Essas primeiras experiências foram fundamentais para sua trajetória. Mostraram não apenas sua capacidade de inovação, mas também sua sensibilidade para resolver problemas com soluções simples, práticas e brilhantes — marcas registradas do pai da aviação.

terça-feira, 23 de julho de 2024

Cerimônia do Prêmio Mérito Homem Voa 2024

 


A cerimônia do Prêmio Mérito Homem Voa, realizada no último sábado 20 de Julho, aniversário do 151° ano de  nascimento de Santos=Dumont, no Museu Catavento, foi um evento repleto de homenagens e celebrações, destacando a excelência científica e tecnológica no Brasil. A seguir, apresentamos os principais momentos da cerimônia.

Henrique Lins de Barros, decano fundador do Instituto Cultural Santos=Dumont, ao lado de Luiz Pagano, criador do prêmio Mérito Homem Voa, e do homenagiado, Porfessor Migeul Nicolelis. "Muito feliz em ver que algo que começou como um 'precisamos fazer algo para aumentar a autoestima do brasileiro com relação à ciência', hoje, 10 anos depois, se transformou neste evento". Disse Pagano.

A abertura do evento marcou o início de uma noite memorável, a cerimonialista da aeronáutica, representando o Instituto Cultural Santos=Dumont, registrou e agradeceu a presença das autoridades e convidados, cujos nomes foram listados em um anexo específico.

Hinos

A cerimônia seguiu com a execução do Hino dos Aviadores, uma homenagem à aviação brasileira e ao legado de Santos=Dumont, e em seguida, todos os presentes foram convidados a cantar o Hino Nacional Brasileiro.

O anfitrião, arquiteto Ricardo Pisanelli, fez uso da palavra para dar as boas-vindas aos presentes e agradecer a presença de todos. Jacques Kann, diretor executivo da Catavento Cultural e Educacional, destacou a importância da parceria com o Instituto Santos=Dumont.

No foto, o Professor Nicolelis recebe o prêmio das mãos de Alexandre Villares e Alberto Dumont Villares Neto, membros da família de Alberto Santos=Dumont

O Comandante do Quarto Comando Aéreo Regional, Major-Brigadeiro Luiz Cláudio Macedo Santos, ressaltou o legado de Santos=Dumont e a importância do evento. Alexandre Barrozo Amaral Villares, sobrinho-bisneto do Pais da aviação enalteceu a relevância do prêmio e do evento.

Protocolo do Prêmio Mérito Homem Voa

Luiz Pagano, artista e criador do prêmio, explicou o conceito e a importância do Prêmio Mérito Homem Voa, destacando sua simbologia e conexão com a figura de Santos=Dumont. O professor doutor Tarcísio Roberto Barbosa, presidente do Conselho Consultivo do Instituto, apresentou a justificativa para a escolha do homenageado e leu o currículo do professor Miguel Nicolelis.

Considerações do Decano do Instituto

Dr. Henrique Lins de Barros, fundador e decano do Instituto ao lado de Marcos Villares (que não estava presente no evento), fez suas considerações sobre o legado de Santos=Dumont e a importância da ciência no Brasil.

Entrega do Prêmio

O momento mais aguardado da noite foi a entrega do prêmio ao homenageado, professor doutor Miguel Nicolelis. Alexandre Villares e Alberto Dumont Villares Neto, membros da família de Alberto Santos=Dumont, fizeram a entrega do diploma.

Neiva Paraschiva fez suas considerações antes da entrega do certificado de Realizador Mérito Homem Voa, destacando a importância do reconhecimento das contribuições científicas brasileiras.

Palavras do Homenageado

O professor Miguel Nicolelis, visivelmente emocionado, fez um discurso inspirador, expressou sua felicidade por ser comparado a Santos=Dumont,  ambos desafiaram o status quo de seu tempo, mostrando que o que é tido como impossível pode ser realizado. Nicolelis mencionou novamente sua avó, Dona Lygia, que o incentivou na leitura, nos estudos e a conhecer sobre Santos=Dumont.

Para as considerações finais e agradecimentos aos benfeitores, foi chamado o professor Ricardo Jacob de Magalhães, presidente em exercício do Instituto Santos=Dumont. Ele agradeceu a todos os envolvidos e destacou o sucesso do evento.

Encerramento

O evento foi encerrado com uma celebração do legado de Santos=Dumont e a promessa de continuar promovendo a ciência e tecnologia no Brasil. Os presentes saíram inspirados pelas histórias de superação e inovação que encheram a noite de orgulho e esperança.

sexta-feira, 19 de julho de 2024

O Prêmio Mérito O Homem Voa: Celebrando a Ciência e a Inovação Brasileira

 

"Estamos honrados em anunciar que o Professor Miguel Nicolelis será o homenageado deste ano com o Prêmio Mérito O Homem Voa! 🌟"

Assim começa o post do Instagram do Instituto Cultural Santos=Dumont, que tem como pressidente Marcos Villares, sobrinho-bisneto do inventor.


A criação do Prêmio Mérito O Homem Voa foi idealizada por Luiz Pagano durante uma conversa com o próprio Nicolelis em 2014 - a ideia surgiu da necessidade de promover e celebrar a excelência científica e tecnológica no Brasil, algo que tem sido negligenciado devido à falta de engajamento, apoio e baixa autostima nacional. "Ninguem melhor que o próprio Professor Nicolelis para receber o premio deste ano em carater Hors concours" decidiu Ricardo Mgalhães, diretor do ICS=D (Instituto Cultural Santos=Dumont) que viu no prêmio uma oportunidade de mudar essa mentalidade e destacar as conquistas brasileiras no cenário global.

O Brasil ainda não possui um Prêmio Nobel, e essa ausência é atribuída à falta de mobilização para a  valorização das nossas contribuições científicas. O Prêmio Mérito Homem Voa foi concebido para começar um movimento de preenchimento dessa lacuna, incentivando uma nova mentalidade de que nós brasileiros somos tão bons (ou melhores) em ciências, descobertas e tecnologia como qualquer outro.

Evento de 2014 no qual levamos o lenço pertenceu a Santos=Dumont para receber a assinatura dos pioneiros, Professos Nicolelis e Juliano Pinto, pioneiros brasileiros em mobilidade bípede. No lenço tem ainda assinatura de Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro e carimbos da ISS, bordado de Santos=Dumont e o 'Coração Alado' de Romero Brito, desenhado pelo mesmo. O Prêmio Mérito Homem Voa surgiu dos paspos desse dia

A simbologia do prêmio é profundamente conectada à figura de Santos=Dumont, o nosso Pai da Aviação que acreditava no poder da união e da inovação para o avanço da humanidade. 

O símbolo dessa ideologia toda surgiu com um lenço que pertenceu a Dumont, que foi levado para a estação espacial Internacional pela primeira vez pelo astronauta Marcos Pontes, que conta com seu atografo e carmbos da estação Espacial Internacional, posteriormente autografado também por outros brasileiros ilustres, incluindo Nicolelis e Romero Brito, que desenhou um maravilhoso "coração alado". 

Este lenço, que já enxugou o suor de Dumont e viajou até o espaço, é um emblema das aspirações e realizações do nosso país.

Santos=Dumont alado, inspirado no coaração alado de Romero Brito, representa o prêmio e sua ideologia

O primeiro prêmio só foi entregue no ano de 2016, em Tóquio, e desde então, o evento de premiação que foi interrompido por varios anos voltou ganhado relevância, culminando na celebração de amanhã, que promete ser um marco na história da ciência brasileira. 

Uma das primeiras ilustrações feitas por Pagano para representar o espírito inventivo de Dumont em estilo art nouveau, ao lado de uma das invenções mais importantes, a Demoiselle

O evento contará com a presença de diversos amigos e familiares de Santos=Dumont, além de representantes da Aeronáutica, para prestar as devidas honras ao legado de nosso herói nacional.

Miguel Nicolelis, um dos maiores cientistas do Brasil, cujas realizações são notáveis, é um médico e cientista reconhecido internacionalmente. Ele foi considerado um dos vinte maiores cientistas em sua área pela revista Scientific American, além de ser incluído entre os 100 brasileiros mais influentes pela Revista Época em 2009. Nicolelis foi o primeiro cientista a receber, no mesmo ano, dois prêmios dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA e o primeiro brasileiro a ter um artigo publicado na capa da revista Science.

A conquista deste prêmio só foi possível graças ao extraordinário empenho do professor Ricardo Magalhães, amante de Santos=Dumont, da aviação e da aeronáutica, profissional extremamente respeitado pelas Forças Aereas,  e grande amigo.

O professor Ricardo, formado pela USP e professor de física, correu para cima e para baixo, ultrapassou seus limites e conquistou o coração de muita gente para fazer a premiação acontecer. 
 -- 

📅 Data: 20 de julho (aniversário de Santos=Dumont)
📍 Local: Museu Catavento
🔗 Confirme sua presença no Sympla via QR Code na imagem

Junte-se a nós para celebrar essa conquista e se inspirar com histórias de superação e inovação que enchem nosso país de orgulho! Este evento contará também com a presença de diversos amigos, familiares de Santos=Dumont e representantes da Aeronáutica.

---

Para confirmar sua presença, inscreva-se via QR code na imagem do post! Vamos juntos celebrar e promover a ciência e a inovação brasileiras.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Cartier Santos=Dumont Rewind: uma Homenagem ao Gênio Sul Americano


A relação da Cartier com Santos=Dumont vai muito além da amizade entre eles, uma das marcas mais reconhecidas do mundo da relojoaria, que alia genialidade, tradição e modernidade, deu mais um passo ousado que deixaria tanto Louis quanto Alberto S=D entusiasmados. Trata-se do Santos=Dumont Rewind, um relógio que celebra bem o espírito do Pai da Aviação. 


O nome de Dumont que é amplamente considerado como o patrono do primeiro relógio de pulso masculino comercialmente disponível, que remonta a 1904, está tendo um interessante ressurgimento com essa incrível peça.


Com seu icônico fundo em laca, nesse caso vermelha de cornalina e a famosa caixa quadrada arredondada, o Santos=Dumont Rewind tem nesse modelo um atributo curioso e inovador; conta o tempo ao contrário - é uma homenagem ao brilhante inventor brasileiro conhecido por seu espírito inovador e por desafiar as convenções estabelecidas.

A nova edição mantém o movimento 430 MC, que é uma versão do movimento ultra-fino Piaget 430 MC. As dimensões da caixa são 31,4 mm de diâmetro por 43,5 mm de comprimento e 7,3 mm de altura, proporcionando um design super fino e confortável de usar.


No mostrador do Santos=Dumont Rewind, os números romanos estão dispostos de maneira que, ao lermos no sentido horário, eles vão de 12 no topo, para 11, depois 10, e assim por diante. Esta configuração, que pode ser considerada uma "gimmick" por alguns, é apresentada de uma forma que exige ser levada a sério, especialmente considerando seu preço de US$ 38.400 em uma caixa de platina.

Por que Segue no Sentido Anti-horário?

O aspecto mais fascinante sobre o Santos=Dumont Rewind é a sua ligação com a história dos relógios de sol. Os relógios mecânicos modernos rodam no sentido horário porque foram inventados no hemisfério norte, onde o relógio de sol marca as horas nesse sentido. No hemisfério sul, no entanto, o relógio de sol marca as horas no sentido anti-horário. 


Este relógio da Cartier, portanto, serve como uma reflexão não só sobre as influências históricas e geográficas na evolução dos relógios, bem como faz referência aos geniais más pouco reconhecidos cientistas do hemisfério sul.

No final, esse engenhoso produto de moda, beleza e tecnologia traz a importante homenagem ao próprio Santos=Dumont, por representar o pensamento multidimensional do inventor que nos deu asas.

Com o Santos=Dumont Rewind, a Cartier não apenas presta homenagem a um gênio sul-americano, mas também desafia as convenções tradicionais da relojoaria. 

Mas como acontece com qualquer assunto em pauta hoje em dia, neste caso também temos quem não gostou da invenção, pois se diz que Santos=Dumont era um homem muito supersticioso e não gostava de nada que fosse o contrário. Dizem ainda que ele só dava ré em seus automóveis em situações muito específicas e talvez não gostasse de ter seu nome associado a algo que estava indo na direção oposta. Ainda não tivemos uma manifestação oficial do Instituto Cultural Santos=Dumont

Este relógio, com sua contagem de tempo do ponto de vista do hemisfério sul simboliza o espírito inovador de Santos=Dumont e convida os entusiastas da relojoaria a verem o tempo de uma nova maneira. É um tributo adequado a um inventor que sempre pensou fora da caixa e que continua a inspirar gerações com sua genialidade e visão.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

A Cratera de Santos=Dumont: O Segundo Passo Para a Humanidade


É fácil encontrar a Cratera Santos=Dumont - Olhe para a lua, a foto já está posicionada para território brasileiro - Para quem acha fácil ver São Jorge na Lua, localize o espaço entre os dois grandes mares,  (mancha circulares mais escuras), que representa a cabeça e as pernas do cavalo durante o empinar. A cratera fica exatamente onde a mão do santo segura a lança.

...nas montanhas do Promontorium (cabo) Fresnel, que faz parte da grande cordilheira conhecida como Montes Apenninus

Você sabia que Alberto Santos=Dumont, o internacionalmente renomado pai da aviação, teve em seu centenário de nascimento uma cratera lunar batizada em sua homenagem? Ele é um dos poucos a receberem tal reconhecimento, e a feliz coincidência não para por aí; é que o homem pisou na lua no dia de seu aniversário de 96 anos, em 20 de julho de 1969, - dia considerado como o segundo passo para a humanidade, posto que o primeiro foi o voo de Dumont.


Localizada nas montanhas do Promontorium Fresnel, na margem leste do Mare Imbrium, a cratera Santos=Dumont é uma característica marcante da paisagem lunar. Com um diâmetro de 8,8 km e uma profundidade de 2 km (embora medições recentes sugiram uma profundidade máxima ligeiramente maior), ela se destaca como um ponto de interesse tanto para astrônomos quanto para entusiastas da aviação e da história.

Mapa da Lua quando visto do hemisféro Sul, com a cratera Santos=Dumont

A União Astronômica Internacional (IAU) decidiu escolher a cratera que fica à LAT: 27° 42′ 00″ N, LON: 04° 48′ 00″ E. (coordenadas selenográficas), uma cratera de impato simples, que faz parte da grande cordilheira conhecida como Montes Apenninus, na margem leste do Mare Imbrium. Foi a primeira cratera lunar a receber o nome de um brasileiro. O acidente geográfico lunar fica próximo ao local de pouso da missão Apollo 15.