A minissérie produzida pela Rede Globo Um Só Coração, que prestou uma homenagem à cidade de São Paulo quando do aniversario de 450 anos (janeiro e fevereiro de 2004) levantou um assunto que já havia sido duvida em tempos anteriores, o eventual envolvimento de Santos=Dumont e Yolanda Penteado. Veja meu artigo neste blog sobre como os dois se divertiam em St Morritz, com o invento de S=D chamado de “Transformador Marciano” http://santosdumontvida.blogspot.com/2008/10/o-conversor-marciano.html .
Uma produção de 10,5 milhões de reais contou com a interessante interpretação de Cássio Scapin (muito parecido com o aviador) no papel de Santos=Dumont e como todos bem devem lembrar, Ana Paula Arósio no papel de Yolanda.
Na trama Santos=Dumont “fazia a corte” à Yolanda, enquanto que Yolanda não dava muita trela. A minissérie foi considerada excessivamente fantasiosa por, entre outras coisas, colocar um Santos=Dumont com a aparência de 30 anos de idade, praticamente a mesma de Yolanda. Só que, Santos nasceu em 20 de julho de 1873 e Yolanda em 6 de janeiro de 1903 o que da a eles uma diferença de 30 anos, aumentada ainda mais devido a condição de envelhecimento precoce de Dumont, resultado de um problema de ordem nervosa.
No livro Santos=Dumont um Herói Brasileiro, Antonio Sodré relata que Yolanda, casada na época, possivelmente teve amantes, dentre os quais Assis Chateaubriand e o próprio Santos=Dumont.
Maria Adelaide Amaral, também tem sua versão sobre o comportamento de Yolanda: "Só a filha de um dos amantes de Yolanda, um homem casado da sociedade paulistana, se recusou a ajudar", conta a escritora da minissérie.
Maria Adelaide Amaral, também tem sua versão sobre o comportamento de Yolanda: "Só a filha de um dos amantes de Yolanda, um homem casado da sociedade paulistana, se recusou a ajudar", conta a escritora da minissérie.
Os textos mais ricos sobre o relacionamento de Dumont com Yolanda vem do livro “Tudo em Cor de Rosa”, escrito pela própria Yolanda Penteado. Neste livro encontramos os seguintes relatos de Yolanda: “Mas de fato, ele (Santos=Dumont) me fazia a corte: trazia bombons, flores, levava-me a passear. Dizia-se que ao ver-me ficava elétrico”. “Saia muito com ele, de manhã, passeávamos a Pê pela Avenue dês Acácias, depois ã Porte Dauphine tomar um vinho do Porto.
À noite, freqüentávamos os restaurantes, desde que não fossem barulhentos, pois ele ficava realmente nervoso com o barulho. Tinha horror a jazz...e dizia: ‘se tiver jazz não vou, nem quero ver muita gente. Os maridos, ainda suporto, mas barulho, não’.”.
Dizia-se que Yolanda era sobrinha de Dumont, mas não é verdade. Havia muita amizade entre a mãe de Yolanda e a cunhada de Alberto (Amália) que era meia tia de Yolanda. Ainda em seu livro Yolanda diz: “Os amigos de S=D me conheciam como ‘la nièce à Dumont’ (sobrinha de Dumont)”.
Teria mesmo acontecido um envolvimento de Santos com Yolanda? Os textos sobre o assunto são os mais variados, por isso resolvi apelar para as fotos.
Nesta seqüência, fotos tiradas entre 1924 e 1928 o dois demonstram intimidade e satisfação de estarem juntos, o que não necessariamente significa um envolvimento afetivo/amoroso. No entanto, esta foto de uma avenida me parece reveladora no contexto geral (a foto é da Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro). Nela Santos Dumont escreve a Yolanda “Ema. Sra. Da. Yolanda, aqui vai uma foto da celebre AVENIDA da qual a Sra. Já tenha talvez ouvido falar !”.
Era fato bastante comum que Yolanda e Santos passeassem muito juntos por diversas avenidas de Paris, a própria Yolanda relatou isso em seu livro. O que então teria acontecido nesta avenida de tão importante para justificar o sarcasmo de S=D. Eu, como ilustrador que sou, resolvi arriscar minha teoria (veja ilust que encabeça este artigo).
O que realmente percebo é que existia muito amor entre os dois, e para responder se existiu uma relação mais intensa ou não, somente eles poderiam saber.
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