segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Santos Dumont segundo a Nature inventou o avião, não os irmãos Wright – Parte Final & Conclusão

 

Depois das matérias anteriores, nas quais vemos que Santos=Dumont fez seus voos acompanhados pela comunidade científica, testado e questionado a exaustão, enquanto que os Wright, supostamente voaram longe do olhar público. Bem como vimos na outra matéria que vários pioneiros contaram com testemunhos fracos em lindas histórias, que mais parecem lendas do que ciências, tal como a de Shivkar Bapuji Talpade e dos Wright, que parecem ter sido escolhidos os primeiros a voar por uma mera questão de ‘agenda nacional americana’, nós vamos ver nessa última e conclusiva matéria a definitiva ‘certidão de nascimento do voo’, reportada pela revista Nature - desde sempre, a revista mais respeitada do mundo científico.


Leia e acompanhe o que acontecia em 1906, quando Santos=Dumont estava no centro dos holofotes no que dizia respeito a vanguarda humano, em suas mais diversas formas, enquanto que ninguém jamais ouvira falar nos Wright.

A primeira máquina voadora “tripulada” - Data de emissão
08 de novembro de 1906



A PRIMEIRA MÁQUINA VOADORA "tripulada".

O dia 23 de outubro deste ano será lembrado e marcado com letras vermelhas, na história das máquinas voadoras, pois foi nesse dia que a primeira máquina voadora, construída com o princípio “mais pesado que o ar”, levantou-se junto com seu piloto, com sucesso do chão por vários pés, e transportou-se por meio de seu próprio poder por uma distância de oitenta jardas.

Neste seu primeiro vôo bem-sucedido com esta máquina, o Sr. Santos Dumont está de parabéns, pois conseguiu um desempenho que muitos trabalhadores em diferentes partes do mundo buscavam há muitos anos e falharam. A máquina de M. Santos Dumont é construída segundo o princípio aeroplano e montada sobre duas rodas. Está equipado com um motor de oito cilindros, de 60 h.p. motor pesando cerca de 170 lb., e aciona um ventilador de alumínio, que faz 1.000 a 1.500 rotações por minuto. O motor é resultado do trabalho da Adams Manufacturing Company, Inglaterra. Com seu piloto a máquina pesa cerca de 750 lb.

O avião tem a forma de um grande T colocado horizontalmente. Os braços curtos do T são ligeiramente inclinados para cima e cada um é composto por três compartimentos, como três ‘pipas-caixa’ amarradas lado a lado. Na base do T há um grande compartimento, também como uma ‘pipa-caixa’, e manipulando em torno de um eixo horizontal as superfícies superior e inferior atuam como um poderoso leme. Este arranjo do leme está na extremidade dianteira do avião, e o operador fica em uma plataforma intermediária entre e quase no nível das superfícies inferiores dos dois braços inclinados principais. O ventilador acionado está situado na parte traseira da máquina, logo atrás do operador, na junção dos dois braços inclinados principais.

Agora que o sucesso recompensou este investigador ousado, é interessante dar uma olhada superficial nos passos que levaram ao sucesso.

Naturalmente, num primeiro momento, nos vem à mente as experiências muito interessantes realizadas em 1893 por Herr Otto Lilienthal perto de Berlim (NATURE, vol. xlix., p. 157), porque o avião de Santos Dumont é, em geral, um pouco posterior ao estilo das máquinas planadoras usadas por ele. As experiências de Lilienthal limitaram-se a tentar aprender a planar, e ele empregou asas ligeiramente curvas com uma superfície de cerca de 15 metros quadrados. Com esses planos inclinados e, eventualmente, lemes verticais e horizontais, ele partiu do topo de uma colina e, depois de alguns passos à frente, saltou no ar e planou às vezes 250 metros. Lilienthal dependia de si mesmo para o sucesso de seu aparato, confiando em seu instinto para manter o equilíbrio fazendo os ajustes compensatórios necessários movendo seu próprio centro de gravidade. Em experimentos posteriores, ele empregou alguma ajuda mecânica para ajudá-lo a se sustentar por mais tempo no ar. Este consistia em uma pequena máquina acionada por gás de ácido carbônico comprimido e operando uma série de velas semelhantes a penas que eram capazes de bater. Ele descobriu que o bater ocasional dessas asas o ajudava a cobrir distâncias maiores.

Em 1895, ele adotou um novo princípio e, em vez de usar uma grande estrutura, empregou duas menores, colocadas paralelamente uma sobre a outra; este método ele achou distintamente vantajoso (NATURE, Vol. lii., p. 300).

Por volta dessa época, os experimentos crescentes de Lilienthal começaram a ser realizados tanto neste país quanto nos Estados Unidos. Sr. Percy'S. Pilecher na Inglaterra ganhou experiência considerável tanto na fabricação quanto no manuseio desses aviões (NATURE, vol. Ivi., p. 344). Infelizmente, como no caso de Herr Lilienthal, um acidente durante seus experimentos resultou em sua morte. Pilcher, no entanto, estava bem ciente da importância de utilizar alguma força motriz, e algum tempo antes de sua morte se propôs a empregar, e de fato começou a fazer, um motor pequeno e leve, indicando cerca de 4 cv, para acionar um ventilador, sendo este considerado por ele mais do que suficiente para voos de comprimento moderado. Com este avanço esperava-se que distâncias muito maiores pudessem ser cobertas, e uma aproximação mais próxima de uma máquina voadora alcançada.

Há pouca dúvida de que, se Pilcher tivesse sido poupado, ele logo teria construído e feito uso da forma mais recente e leve de motor, e provavelmente teria sido levado a usar a forma de avião de dois andares adotada por Santos Dumont.

Ao incorporar as melhores idéias de seus antecessores e usar sua própria engenhosidade para fazer do avião uma máquina voadora prática, Santos Dumont avançou a ciência da aeronáutica um passo muito considerável. O motor a gasolina sem dúvida ajudou muito a facilitar esse progresso, uma vez que motores de alta potência e peso comparativamente muito leve podem ser construídos.

Neste trabalho pioneiro de navegação aérea, o trabalho de Hiram Maxim e S. P. Langley não deve ser esquecido. Maxim fez inúmeras tentativas de conduzir sua máquina voadora a uma velocidade tal que ela seria levantada dos trilhos em que funcionava, mas totalmente realizada. Além disso, não se sabia se viraria ou não se fosse libertado. Langley, por outro lado, foi, sem dúvida, o primeiro a demonstrar que uma máquina mais pesada que o ar poderia ser feita para viajar no ar impulsionada por sua própria "não tripulada", mas mesmo assim muitas informações valiosas foram acumuladas.

Esta última conquista de Santos Dumont dará, sem dúvida, um novo impulso ao problema do voo, e quem tem dinheiro e tempo tem diante de si um avião de sucesso que pode servir de ponto de partida.

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