domingo, 20 de dezembro de 2009

Santos=Dumont patrocina e participa da primeira corrida de Triciclos



“Retornei a Paris em 1892. Sempre com a idéia fixa nos meus sonhos de balão, fui procurar aeronautas profissionais. Como o primeiro todos me pediam quantias extravagantes pela mais insignificante ascensão. Todos mantinham a mesma atitude, Descreviam a aerostação como um perigo e uma dificuldade, exagerando a seu bel-prazer, os riscos para pessoas de bens...”

“...Naquela época estava nascendo a moda dos triciclos automóveis. Escolhi um que jamais me proporcionou o menor acidente. Meu entusiasmo foi tão grande que institui em Paris, pela primeira vez, corridas de mototriciclos. Aluguei por uma tarde o velódromo do Parc des Princes e organizei uma corrida pela qual ofereci os prêmios.

As pessoas de “bom senso” prognosticaram um desastre. O evento deveria comprovar, para satisfação deles, que fatalmente, em uma pista de bicicletas, em virtude da rapidez nas curvas, os triciclos se tombariam e se quebrariam. Se não sucedesse isso, a inclinação da pista levaria a parada do carburador ou atrapalharia o seu funcionamento, o que, numa curva rápida, resultaria na queda de triciclos. Os diretores do velódromo, ainda que aceitando o meu dinheiro, recusavam a conceder-me a pista numa tarde de domingo. Temiam um fiasco.

O sucesso retumbante da corrida desapontou-os”.

domingo, 6 de dezembro de 2009

O primeiro automóvel de Santos=Dumont - o Peugeot “Vis a Vis”


Peugeot Vis-a-vis que pertenceu a Santos=Dumont

Santos=Dumont foi o pioneiro em diversos aspectos da vida social que cambiaria de vez o nosso estilo de vida no século XX. Foi o primeiro a importar e a ter um automóvel na América do Sul, um dos primeiros mecânicos a consertar e fazer a manutenção dos autos, e também o primeiro a tomar uma multa de transito.
Santos=Dumont com o pai nas ruas de Paris no ano de 1891

“Em 1891 foi decidido que minha família faria uma viagem a Paris. A perspectiva causou-me dupla satisfação. Paris, como se diz, é o lugar para onde emigra a alma dos bons americanos quando morrem...”
Dans lair-1904

“Sem nada a dizer ao meu professor, nem aos meus primos, procurei no Anuário Bottin os nomes desses senhores, desejoso de fazer uma ascensão. Alguns já não se ocupavam mais do assunto, outros me apavoravam com os perigos de subir e com o exagero dos preços. Um porem houve que, após me informar de todos os meios, pediu-me mais de mil francos para levar-me consigo, devendo eu pagar, ainda todos os estragos que fossem causados pelo balão na sua volta à terra.”
O que eu vi o que nos veremos-1918

“...o dilema mostrou-me o caminho a seguir. Desisti, não sem pensar da aeroestação e fui buscar consolo no automobilismo.

Os automóveis eram raros em Paris em 1891: tive de ir a fábrica de Valentigney para comprar minha primeira maquina, uma Peugeot routière, de três e meio cavalos de potencia. Era uma curiosidade. Naquele tempo, não existiam ainda nem a licença de automóvel nem exame de motorista. Quando alguém dirigia a nova invenção pelas ruas da capital, era por sua própria conta e risco. Tal era o interesse que despertava que eu não podia parar em certas praças, como a do Ópera, com o receio de juntar a multidão e interromper o transito.”
Dans lair-1904

“Esses atropelos urbanos, nos quais o cheiro acre de gasolina dissipava o nobre odor de estrume de cavalo, tinham razão de ser: como os primeiros motores a combustão interna e os freios e o volante ... funcionavam muito mal, a Peugeot de Santos=Dumont muitas vezes enguiçava no meio da rua ... Certa vez o aviador estava rodeado de tanta gente na Place de l’Ópera, centro da cidade, que a policia precisou interceder e instruí-lo a seguir adiante. Sem ter como atender aos insistentes apitos do gendarme. Santos=Dumont acabou sendo multado por ele – o que pode ter sido a primeira infração de transito da historia.”
Sim, sou eu, Alberto – Cohen, Marlene – 2006

“Tornei-me imediatamente um adepto fervoroso do automóvel. Entretive-me a estudar os seus diversos órgãos e as interações de cada um. Aprendi a tratar e a consertar a máquina; e quando, ao fim de sete meses minha família voltou ao Brasil, levei comigo a minha Peugeot.