terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Vôo do 14 bis


O 14 Bis, primeiro avião de vôo homologado na historia, surgiu a partir de uma serie de inventos com o nome de “Numero 14”, saiba como essa serie de eventos trouxe ao mais famoso aeroplano de Santos=Dumont.

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No dia 12 de junho de 1905 Santos=Dumont faz voar o seu dirigível de numero 14 em Saint-Cloud, era uma modelo ágil e rápido. Com volume interno de 200 metros cúbicos o numero 14 era extremamente fino movido por um motor Clement de 3,5 HP.

Apos os primeiros testes o dirigível se mostrou extremamente difícil de manobrar e muito instável. Santos=Dumont reprojetou o invólucro, dessa vez mais taludo, com 186 metros cúbicos. Voou com a nova versão do numero 14 no dia 21 de agosto de 1905 no litoral de Trouville.

Foi também no litoral Frances que Dumont percebeu em uma corrida de lanchas que os motores Antoniette se mostravam mais potentes e mais leves, o que permitia o vôo de possíveis aeroplanos.

Ainda em Trouville, viu o vôo de pipas no formato de células de Hargraves e a inspiração se deu. Sua equipe trabalhou em segredo. Com envergadura de 12 metros e media 10 metros de comprimento, o chassis era de bambu coberto com seda japonesa, o leme foi projetado na frente da aeronave (configuração canard).

Santos=Dumont resolveu não correr riscos desnecessários, sabia que tinha que dominar os comandos antes de se aventurar nos ares, resolveu acoplar a aeronave ao dirigível de numero 14 (dai o nome 14 bis) usando um motor Antoniette de 24 HP, a fusão de aeroplano e dirigível se mostrou extremamente instável, alem disso o arrasto gerado era muito grande. veja animação abaixo.

Clique na imagem acima para ver como o aeroplano 14 bis conjugado com o dirigível numero 14 era instável.

Desfez-se do aeróstato, e o biplano, enfim liberto do seu leve companheiro, recebeu da imprensa o nome de Oiseau de Proie (“Ave de rapina”).
O burrico chamado Kuigno, entrou para a história da aviação por ter ajudado no experimento com o 14-Bis

Ainda com o objetivo de dominar os controles e achar as melhores condições de manobrabilidade S=D amarrou o 14 bis a cabos que era puxado para o lado mais alto com a ajuda de um burrico e depois corria livre, como uma grande tirolesa.
Aqui outra foto do burrico Kuigno.

Fez também algumas experiências no hangar e percebeu que seu motor não daria condições de levantar vôo, resolveu trocá-lo por um Antoniette de 50 HP.

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Ele realizou esse sonho em 4 de setembro de 1906, quando voou pela primeira vez em seu avião número 14-Bis. Foram pequenos vôos de 7 a 8 metros no Campo de Bagatelle, mas talvez o dia mais feliz de sua vida, pois finalmente conseguiu decolar, com força suficiente para se manter no ar.

Ao perceber que precisava do eixo rolamento (como vimos lá artras), ele colocou ailerons na ponta de cada asa.




Foi no campo de Bagatelle, no dia 07 de setembro que S=D consegui tirar por alguns instantes as rodas do chão, foi assim que Dumont teve confiança de inscrever o seu 14 bis para o Premio Archdeacon,.

Tentou o vôo novamente no dia 13 de setembro de 1906 mas o motor não estava com todos os pistões funcionando. Chapin concertou e o 14 bis voou por incríveis 13 metros.

No dia 23 de outubro de 1906, Santos Dumont apresentou-se novamente em Bagatelle com o Oiseau de Proie II, com algumas modificações do modelo original, o aeroplano havia sido envernizado para reduzir a porosidade do tecido e aumentar a sustentação.

Nesse dia o 14 bis percorreu 60 metros a 3 metros de altura. Mas foi só no dia 12 de novembro de 1906 às 16h45min que o 14 bis voou 220m a 6 metros de altura e ganhou o premio Aeroclub da França – FOI O PRIMEIRO VOO HOMOLOGADO DA HISTORIA DA AVIAÇÃO e faturou o premio Archdeacon.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Dirigível Santos=Dumont Numero 9 – A mais elegante maquina voadora



Dirigível N.º 9 “La Balladeuse”

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Sem duvida nenhuma o dirigível de numero 9, também chamado de “La Balladeuse”  (a carruagem) foi o invento de vôo individual mais elegante.

Santos=Dumont conduzia seus experimentos com muito estilo, tendências dandy, neo vitorianas, steam-punks, etc., faziam dele um artista-cientista.

A seguir coloco algumas publicações francesas e americanas de seus feitos quando pilotava seu dirigível Numero 9 pelas ruas de paris.

- New York Herald 24 de junho de 1903

(Vocês perceberão que no texto a localização do hangar de Santos=Dumont fica em St. James, quando na verdade, sua verdadeira localização era em St Cloude. Coloquei a matéria em sua integra, e sugiro que os erros sejam ignorados).
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“M. Santos-Dumont vai em seu número 9 para breakfast na Champs-Elysees.

Faz viagem de manhã cedo partindo do hangar em Neuilly até à sua residência.


Uma EXPERIÊNCIA SATISFATÓRIA

Construiu plataforma de chegada em sua varanda para uso em ocasiões futuras

M. Santos-Dumont ontem fez uma viagem logo cedo aparecendo no Santos-Dumont No.9 a partir da nacela de seu balão em St. James e de lá para a sua residência, no n º 114 da Avenida Chaps-Elysees, onde tomou café da manhã com alguns amigos e depois voltou para o "ponto de partida".

Ele afirmou que estava desejoso já há alguns dias de fazer tal viagem sobre a cidade, porem não estava seguro de assumir o risco de passar com o pequeno balão dirigível por cima das casas com tão pequena quantidade de um lastro a bordo.


No seu n º 9 no entanto, ele poderia transportar uma maior quantidade de lastro, desta forma, ele decidiu fazer a viagem em naquele balão.

O tempo na segunda-feira havia melhorado muito estava com toda a aparência de que poderia ser perfeito, então M. Santos-Dumont deu ordens a seus trabalhadores para manterem-se em prontidão para a manhã de ontem, pois partiriam aproximadamente as sete ou as oito horas.

A noite de segunda-feira tornou-se muito bela e como a condição o compelia, M. Santos-Dumont não conseguiu mais dormir. Não, ele decidiu se levantar ainda mais cedo do que pretendia.

Eram três horas quando ele se levantou, rumou imediatamente para o galpão do balão, chegando lá exatamente.às quatro horas.

O vento estava soprando na direção contrária ao que ele desejava viajar e não havia luz o suficiente, ele achou que isso não impediria de forma alguma o programa do N º 9.

Seus trabalhadores estavam todos dormindo quando ele chegou no galpão, pois eles não o esperavam até pelo menos três horas mais tarde M. Santos-Dumont acordou-os, e eles começaram a trabalhar imediatamente na preparação, que foi terminada por volta das seis horas .

Tudo pronto .

Os automóveis nos quais os trabalhadores estavam por seguir o balão, já estavam a postos, e tudo estava pronto para o início .

M. Santos-Dumont subiu na barquinha, e o n º 9 navegou pelo o ar, o vento, muito fraco, e até mostrava sinal de maior abrandamento.

Havia uma névoa fina no ar, que foi considerada um sinal de bom augúrio, o tempo continuaria estável.

Antes de mais nada, manobrou o balão em todas as direções para testar os aparatos de direcionamento e, em seguida segui em curva para a Avenida du Bois du Boulogne. M. Santos-Dumont diz nunca ter visto essa avenida tão deserta. Nenhuma pessoa estava à vista e não havia outro veículo além dos dois automóveis de seus trabalhadores.

A tentação de continuar a viagem foi muito grande, e M. Santos-Dumont decidiu realizá-la. Chegou sem dificuldade ao Arc de Triomphe, seu guide-rope arrastava-se ao longo da estrada, logo que não havia perigo de impedir o tráfego, em tal condição.

Ao redor do Arco.

Ele conduziu seu balão em volta do grande arco monumental, contornando bem rente, para testar sua o mecanismo do leme, e logo em seguida começou sua jornada ao longo da avenida du Champs Elysées, a mesma solidão prevalecia nas ruas como na avenue du Bois, mesmo sendo já quase sete horas. 

Clique na imágem acima para ver os controles de direcionamento do Dirigível Santos=Dumont No 9


Quando se aproximou de sua residência as ruas começaram a apresentar uma aparência mais viva . Operários estavam seguindo para começar seu dia de trabalho, entregadores de jornais iam de casa em casa, e os aguadeiros da cidade começavam a molhar as avenidas.

Ao chegar na porta oposta da sua casa, reconheceu alguns amigos, os quais saudou. Em seguida, o balão começou a descer e, finalmente, alinhou-se exatamente à porta de entrada. Os trabalhadores que o seguiam seguraram seu guide-rope.

Sua plataforma de desembarque.

M. Santos-Dumont explicou, mais tarde, que ele não teria mais a necessidade dos serviços de seus trabalhadores para auxiliá-lo no desembarque em sua residência, uma vez que ele já havia construído uma plataforma de desembarque em conexão com sua varanda, só seria necessário chamar um ajudante. Ele não fez isso ontem de manhã porque não lhes tinha dado aviso prévio de sua intenção.

Motor do n º 9 Clement BAyard de 2 cilindoros e 3 cavalos, vendido por Santos=Dumont ao Sr Boyce, em exposição no Smithsonian 

Esta plataforma de desembarque é um dispositivo excelente, construída de acordo com M. Santos-Dumont a partir dos planos fornecidos em um livro que descreve o futuro da aeronáutica, escrito por um autor Inglês . Neste volume um sistema completo de balonismo é descrito, e traz todos os detalhes sobre a maneira correta de como aterrissar em casas quando seremos capazes de manobrar um balão.


Clique na imágem acima para ver como Santos=Dumont fazia subir e descer o Santos=Dumont No 9

No início da viagem de regresso, o vento, aumentou consideravelmente em força, o balão foi então conduzido ao longo da avenida por meio do guide-rope. M. Santos-Dumont não quis a principio adotar esta precaução, mas cedeu aos conselhos de seus assistentes que o alertavam para o perigo.

Uma vez no Bois, no entanto, o guide-rope foi solto, e M. Santos-Dumont continuou sua viagem, contando com os aparatos de direcionamento, e em tempo hábil, após uma experiência bem sucedida, ele chegou ao seu hangar em-St. James.

M. Santos-Dumont está tão satisfeito com sua experiência que ele pretende em breve fazer mais testes do mesmo tipo.”


14 Juliet e o N.9 

Voo noturno do dirigível numero 9 de Santos=Dumont - a iluminação vinha de um holofote produzido nas oficinas de seu amigo Louis Bleriot
23 de julho de 1903 - Santos=Dumont subiu com um enorme e potente farol fabricado nas oficinas de seu amigo Louis Bleriot, e com o farolete instalado na proa de seu numero nove realizou o primeiro vôo noturno de um dirigível.

“Eu acabar de sentar-me no terraço de um café na Avenue du Bois de Boulogne, e estava saboreando uma laranjada gelada. De repente, fui sobressaltado ao ver uma aeronave descer bem à minha frente. A corda-guia se enrolou pelos pés da minha cadeira. O aparelho parou logo acima dos meus joelhos, e Santos-Dumont desembarcou. Verdadeiras multidões avançaram e aclamaram entusiasticamente o grande aviador brasileiro; elas admiram a coragem e o espírito esportivo.


Santos=Dumont pediu-me gentilmente desculpas por me haver assustado; após o que, ele pediu um ‘apéritif’, sorveu-o tranqüilamente, subiu de volta à aeronave, e foi-se, deslizando pelo espaço. Sinto-me feliz por ter contemplado o homem-pássaro com os meus próprios olhos.

No dia seguinte, eu fui até o Bois de Boulogne. Justamente quando meu carro ia transpor a Porte Dauphine, o homem-pássaro pousou no pavimento. Os policiais avançaram às pressas, fazendo parar todos os transeuntes a pé, a cavalo e em todos os tipos de veículos. Os cavalos trotadores relincharam, os motores roncaram nos automóveis que iam sendo bruscamente freados, sacolejando seus ocupantes. As babás que levavam crianças para um passeio ao ar livre mostraram-se nervosas. Que se passava? Seria algum conflito? Não. Era Santos-Dumont em outro dos seus passeios aéreos.

É noite. Eu vou caminhando sob as árvores. Subitamente tropeço numa corda. Esta não se parece absolutamente com a trança de Rapunzel. Ouço o barulho de folhas amarfanhadas acima de mim, e uma voz zangada grita:

Voo noturno de Santos=Dumont pelas ruas de Paris

‘Não consigo ver nada! Vou quebrar a cabeça!’ Levanto assustado o nariz, e vejo um monstro escuro cujo olho brilha com acitileno. Não é uma coruja gigantesca; é o tal veículo encantado de Santos-Dumont!

Já é madrugada, e eu estou voltando para casa. A ceia prolongou-se demais, e nós tivemos a idéia pouco sensata de experimentar novas bebidas de origem americana. Minhas pernas parecem ser de gelatina e minha cabeça não está lá muito certa. O Champs-Elysèes está deserto, no lusco-fusco da madrugada.De repente alguém me grita qualquer coisa. Trata-se, evidentemente de uma ilusão, pois não há ninguém por ali àquela hora. Mas não! Preciso acreditar em meus ouvidos! É realmente para mim que uma voz misteriosa grita: ‘Mova-se para a direita! Minha corda-guia vai atingi-lo’. É ele outra vez! Sempre ele! Ele, acima de todos! Desce mansamente na sua sacada, e seus criados trazem-lhe o café da manhã.”

Que Fim Levou o N9?


Santos=Dumont jamais deixaria seu melhor dirigível forsse para em mãos que não confiasse, e de fato o homem que comporu a La Baladeuse Nº9 e o Santos=Dumont Nº 8, foi um grande homem, bem como o primeiro homem a pilotar um dirigível na América, um verdadeiro amigo aemrciano, Edward C Boyce.

Edward C Boyce era era um arquiteto talentoso, (saiba mais sobre Edward C Boyce e seus feitos) magnata do setor de parque de diversões e coproprietário da Dreamland em Coney Island, bem como da White City em Chicago.

É importante dizer aqui que talvez o dirigível do Número 8, comprado por Boyce, seja o Numero 6 modificado, assim como o Nº 6 veio de modificações no Nº 5 após o acidente de 8 de agosto. Os critérios para a numeração dos dirigíveis de Dumont nunca foram claros.


Boyce foi sem dúvida uma figura multifacetada no início do século 20, que se dedicou à emergente aviação da época, tornando-se um dos pioneiros idealizadores do Aero Club of America.

É ai que vem a parte intrigante – não se tem a sua data de nascimento, óbito pouco se sabe sobre suas contribuições para o Aeroclube, nem mesmo uma boa foto dele.

Foto do escritório de Boyce 302, Broadway, NY - Catálogo de Parques 1904

Uma das afirmações mais intrigantes sobre ele é que ele teria sido o primeiro homem a pilotar um dirigível na América, conforme relatado no artigo do THE EVENING TIMES de 1º de outubro de 1902.

Matéria no THE EVENING TIMES de 1º de outubro de 1902.

“A disputa era entre o dirigível Santos=Dumont Nº 8 (alguns dumontologistas acreditam que possa ter sido o Nº 6), o grande dirigível que esteve em Brighton Beach durante todo o verão, e o Pegasus, dirigível do aviador rival, que estava em um estábulo em Manhattan”.

Tanto Dumont quanto Boyce, por motivos ligados a egos inflamados e distorcidas narrativas históricas, nunca tiveram o reconhecimento de weus enormes feitos.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Galanteador Santos=Dumont ao lado de Aida de Acosta e Adeline Assis Brasil

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Por mais que pesquise acabo sempre me deparando com a limitação das informações sobre a vida de Santos=Dumont, principalmente no que se refere a algumas personalidades femininas que passaram pela vida do Aviador. A Primeira delas é Aida de Acosta. Aida de Acosta era uma jovem americana filha de Ricardo de Acosta empresário de origem cubana que atuava no ramo da construção de navios a vapor e de Micaela Hernandez de Alba y de Alba da aristocrática família espanhola de Toledo da Casa de Alba. Foi a Paris com um grupo de amigos para aproveitar as férias da Universidade.  
Fato é que, ela se tornou a musa do hangar, toda vez que chegava os funcionários do hangar, bem como aqueles que lá se reuniam a fim de ver os vôos a anunciavam: “La belle de Neuilly est arrivée” Dentre as tantas pessoas que imploravam para voar em seu dirigível, Santos=Dumont optou por dar a chance a Aida de Acosta.
O que levou Santos=Dumont a optar por ela foi seu desprendimento e seu impetuoso desejo por aventura. Era fácil identificar em Aida que tinha o espírito de aventura conciliada a seriedade necessária para levar a cabo tal empreitada.
Santos marcou com ela as instruções de vôo no dia seguinte, Aida antecipou sua chagada a Neuilly em meia hora para suas primeiras lições. Após as instruções teóricas, que nos tomou parte da manhã saíram para instruções praticas.
Uma observação importante é que o cesto de vime da Balladeuse não tem espaço suficiente para duas pessoas, por diversas vezes S=D voava pelo lado de fora, no entanto, algumas vezes tinha que adentrar ao cesto (junto com ela) para ter a agilidade necessária de manuseio da aeronave. Na manhã do dia 29 de julho de 1903 Aída chegou bem cedo ao hangar, voou sozinha ate o campo de Pólo de Longchamps, depois disso voltou ao hangar. Santos=Dumont a acompanhou todo esse desenvolvimento de sua bicicleta. Ela foi de fato a primeira mulher a pilotar uma aeronave movida a motor. Santos teve um breve envolvimento com ela mas foi abruptamente interrompido. O Sr. Ricardo, pai de Aida, bastante perturbado com o relacionamento disse: “Como teve coragem Sr. Dumont de expor minha filha a tamanho risco? Coragem de expor minha filha aos maldosos comentários da imprensa? Saiba que ela mal saiu da puberdade. Não aprovo seu relacionamento. Digo ainda Senhor Dumont, que só existem duas razoes para que uma mulher honrada apareça nas paginas dos jornais; ou para anuncio de seu casamento ou para seu obituário”.
Outra bela mulher que apareceu na vida de Santos=Dumont foi Adeline Assis Brasil. Existem algumas fotos dentre os pertences de Dumont da bela Adeline.
No castelo das pedras, pertencente a Lydia Assis Brasil existe uma foto pitoresca na qual Assis Brasil brinca de acertar uma Macã na cabeça de Santos=Dumont tal qual Guilherme Tell.
Uma coisa que pouca gente sabe é que dentre os feitos de Santos=Dumont consta um grande presente ao povo brasileiro – A foz do Iguaçu. A história do Parque Nacional do Iguaçu começa no ano de 1916, quando Alberto Santos Dumont, o pai da aviação, em visita a família Assis Brasil ficou tão impressionado com a beleza das cataratas que com o seu prestígio intercedeu junto ao Presidente do Estado do Paraná, Affonso Alves de Camargo, para que fosse desapropriada e tornada patrimônio público. A área pertencia ao uruguaio Jesus Val. No dia 28 de julho, através do decreto nº 63, a Foz do rio Iguaçu com 1008 hectares foi declarada área de utilidade pública.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A Tragédia do Cap Arcona

Dois aviões Wal Dornier estavam fazendo acrobacias, o Guanabara (P-BAIA) e o Santos Dumont (P-BACA). Este ultimo, pilotado pelo Alemão August Wilhelm Paschen, conduzia a bordo o co-piloto gaucho Rodolpho Enet
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Depois de escrever o "L'Homme Mecanique" (final de 1928) Santos=Dumont estava muito animado com a perspectiva de chegar ao Brasil com algumas novas invenções (o "Conversor Marciano" e o "Ícaro" veja http://santosdumontvida.blogspot.com/2011/05/lhomme-mecanique.html ) e um novo livro ("L'Homme Mecanique" no mesmo artigo), ele sempre soube que o nunca o povo brasileiro nunca o abandonaria, e estava bastante otimista quanto ao resultado da viagem, mas as coisas estavam prestes a mudar.

Santos=Dumont, Yolanda Penteado, Antonio Prado Junior, José Augusto, Eduardo Ramos, Cesar Vergueiro e os irmãos Marques Lisboa.

Santos decidiu vir para o Brasil a bordo de um grande transatlântico alemão de luxo recentemente batizado, com o nome do Cabo de Arkona, localizado na ilha de Rügen em Mecklenburg-Vorpommern.

O Cap Arcona foi lançado em 14 de maio de 1927, partiu em 29 de outubro de 1927 do porto de Hamburgo em sua viagem inaugural para a Argentina, transportou passageiros da Alemanha e da América do Sul até 1940, quando foi confiscado pela Marinha alemã. Foi considerado um dos navios mais belos de todos os tempos, foi também o maior navio alemão na rota sul-americana, levou desde viajantes da alta classe até imigrantes na segunda e terceira classes.

Santos+Dumont e Yolanda Penteado na luxuosa piscina do Cap Arcona
O Cap Arcona imprimia o luxo em seus vários ambientes, a exuberante piscina, a sala de festas, uma quadra de tênis magnífica, entre outros.

A sala de jantar tinha como principal característica os dez pares de janelas amplas, dispostas cinco de cada lado, que permitia que a luz natural entrasse e dava-lhe uma sensação menos confinadas, presentes em salas de jantar de navios no Atlântico Norte. A sala de jantar media 35m x 18m x 5,5m. Foi terminado em candlewood e jacarandá, com papel de parede em seda verde esticada. Havia três gobeleins grandes, um tapete cobria todo o piso como um carpete substituindo o tradicional piso envernizado.
Detalhamento dos do Cap Arcona
O Cap Arcona tinha oito suites deluxe no Convés D. Estas suites consistiam em sala de estar, quarto, banheiro, armário, e sala de troncar. As suites foram acabadas em madeira de cerejeira, nogueira, bétula, mogno, satinwood importada das Orientais, cedro e jacarandá. Com suas três grandes janelas, e a total ausência de desordem, parecem bem mais espaçosas e arejadas do que as concorrentes do Atlântico Norte.

Santos=Dumont havia sido convidado por Antonio Prado Junior, prefeito da cidade do Rio de Janeiro, para uma cerimônia na qual ele iria inaugurar uma avenida com seu nome. Santos, era acompanhado por seu sobrinho Jorge, e eles estavam carregando uma grande quantidade de bagagem, incluindo o "Conversor Marciano" e o "Ícaro",

(provavelmente ele montou o "Ícaro" no convés principal para uma breve demonstração ao público) .

As notícias sobre a chegada de Santos Dumont ao Brasil sempre causavam alarde, as autoridades aguardavam por ele, e então veio o dia em que a viagem agradável e confortável para o Brasil expôs Santos=Dumont para o momento mais chocante de sua vida.

É um fato bem conhecido que Santos=Dumont teve alguns problemas de nervos, em janeiro de 1910, Santos=Dumont anunciou que fora diagnosticado com esclerose múltipla e não era mais capaz de voar, e em meados dos anos 20, ele internou-se em algumas clínicas privadas na Suíça, para descansar do stress, amigos e família sempre tentavam poupá-lo de ser provocado.

Carta de Baos Vindas à Santos=Dumont
Em 03 de dezembro de 1928 alguns intelectuais brasileiros decidiram prestar-lhe homenagem jogando flores e pequenos pára-quedas com uma carta desejando boas vindas para S=D. Os pára-quedas seriam lançados por um hidroavião Wal Dorner do Sindicato Condor chamado "Santos Dumont" na Bahia da Guanabara, momentos antes de o CapArcona chegar ao seu destino final no Rio de Janeiro.

Dois aviões estavam fazendo acrobacias, o Guanabara (P-BAIA) e o Santos Dumont (P-BACA). Este ultimo, pilotado pelo Alemão August Wilhelm Paschen, conduzia a bordo o co-piloto gaucho Rodolpho Enet, o mecânico de bordo alemão Walter Hasseldorf, o despachante Guilherme Auth, o funcionário da Condor Gustavo Butzke, alem do professor Fernando Laboriaux Filho, Dr. Paulo da Graça Maya, major Eduardo Vallo (austríaco), jornalista Abel de Araujo (Jornal do Brasil) e esposa , Amoroso Costa , Amaury de Medeiros, Tobias Moscoso e o Engenheiro Frederico de Oliveira Coutinho.

Do convés do navio Santos assistia os aviões fazendo acrobacias, ele sabia que em momentos de euforia pessoas tendem a cometer erros. Santos observou que o Wal Dornier chamado de "Santos Dumont" havia exagerado na curva e então desaparecera do campo de visão.

Do convés do navio Santos assistia os aviões fazendo acrobacias, ele sabia que em momentos de euforia pessoas tendem a cometer erros. Santos observou que o Wal Dornier chamado de "Santos Dumont" havia exagerado na curva e então desaparecera do campo de visão.

Yolanda Penteado, a bordo do Cap Arcona relata o que viu:
“Antes de o navio atracar, veio aquela barca da Saúde e nela o Antonio Prado, muito triste. Ele entrou a bordo e contou a tragédia. No acidente, haviam morrido todos, Santos=Dumont foi tomado de um nervosismo pavoroso.
Nessa noite, fomos visitar seis velórios, um apos o outro. Isso fez um mal terrível a ele que já tinha, havia muito tempo, os nervos abalados”.


Os historiadores costumam dizer que este episódio foi o "gatilho" para um grande período depressivo que terminou com o trágico suicídio do "Pai da aviação", em 23 de julho de 1932.

Mesmo o navio em si teve um final trágico, ao contrário da crença geral o maior desastre náutico não ocorreu no Oceano Atlântico e o navio não foi o RMS Titanic. O maior desastre do navio ocorreu em 3 de Maio de 1945 em Lübeck Bay e o navio foi o Cap Arcona.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Santos=Dumont apaga parte de sua historia em Benérvile



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A vida de Santos=Dumont poderia ter sido melhor documentada , não fosse pelo episodio em Benérville, no litoral Francês próximo ao Balneário de Deuaville, no qual ele próprio queima seus documentos, fotos e objetos pessoais.

Sabe-se que depois das experiências realizadas com sua Demoiselle em janeiro de 1910, Santos=Dumont foi diagnosticado com esclerose múltipla e como uma chama que se apaga com a corrente de ar, Santos desaparece abruptamente.

Ele havia construído uma casa de estruturas modestas em Benérville, apelidada de La Boîte por sua forma quadrada para se refugiar.

Sabe-se ainda que lá recebeu a visita de seu grande amigo SEM, do agora muito entristecido mecânico Chapin e de Roland Garros, que fora até lá para acertar a compra de um Demoiselle numero 20 (possivelmente jogaram tênis em sua linda quadra).



Neste documento de 1913 vemos Santos relatar a construção da “La Boîte”


Dada a sua condição de saúde agora comprometida, S=D procurava fazer esportes e ocupar sua mente com prazeres científicos, construiu um observatório no teto de sua casa com um potente telescópio Zeiss e passou a observar os astros.

Observatório de Santos=Dumont – ao fundo o telescópio Zeiss. Santos=Dumont recebe seus amigos Ferdinand Charron e Emmanuel Aimé entre outros amigos.

Observando estas fotos, sabemos que recebeu outras visitas não tão famosas, tanto que não foi possível saber quem eram estas pessoas.

Sua reclusão custou caro, logo que a primeira guerra mundial foi declarada na Europa em agosto de 1914, Santos=Dumont recebeu a visita de duas viaturas dos Gendarmes que vieram pela denuncia de um visinho austríaco chamado Goujon. Este achou que S=D observava a movimentação no litoral da mancha com seu potente telescópio e se comunicava por meio de bandeiras náuticas erigidas em um mastro de navio instalado ao lado da casa.

Aquela época Santos queria se aproveitar dos louros de sua vida de aviador, gastava de design e estilo, alem das excentricidades de ter peças náuticas instaladas na vila, tinha um lindo Alda de 4 cilindros e 15HP, desenhado e construído por seu amigo Charron.


Ao vasculhar a casa, os policiais confiscaram diversos pertences, documentos e mantiveram Santos=Dumont em prisão domiciliar. Antonio Prado Jr, fora avisado e intervêm junto a Embaixada do Brasil para que o impasse fosse resolvido.

Foi então que Santos Dumont resolve abandonar sua residência, sem antes queimar em uma grande fogueira todos os documentos, plantas, livros e objetos, sem dar chance de segundas vias, ocasionando a maior perda de documentos históricos sobre este grande personagem.



Após a retirada de S=D os Gendarmes voltaram e confiscaram diversos outros pertences deixados por ele, inclusive o belo automóvel Alda. Exatos 62 anos depois, em setembro de 1976 Hubert Benedic esteve no local onde a casa fora construída, encontrou o lugar abandonado, com apenas parte do piso entre os destroços, “há de ambos os lados uma vista magnífica, que há de ter seduzido Santos=Dumont” conforme lê-se nesta carta enviada a família de Santos=Dumont.